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Morre mulher que foi incendiada em Mogi das Cruzes, diz hospital

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(Foto: Divulgação)
Morreu na madrugada desta segunda-feira (23) Maria Luíza de Paula, que foi incendiada no dia 13 de novembro em Mogi das Cruzes. A informação é da unidade de queimados do Tatuapé, na capital, onde a mulher de 27 anos estava internada. A vítima foi queimada quando seguia para o trabalho, que ficava a 400 metros de sua casa. O principal suspeito é o ex-marido, Jefferson de Moraes Pires, de 34 anos, que foi preso no dia do crime e permanece no Centro de Detenção Provisória de Mogi.O hospital havia informado que Maria teve queimaduras de 2º e 3º graus em 48% do corpo, além de lesão inalatória. Laura Ariane de Paula, irmã da vítima, informou ainda que Maria Luíza ficou todo o período da internação em coma induzido.Maria Luíza de Paula estava internada, em coma induzido, desde o dia 13 de novembro. A mãe da vítima, Maria Auxiliadora de Paula, contou que a filha e o suspeito foram casados por 15 anos e estavam separados há três meses. Eles têm três filhas, de 4, 8 e 12 anos. Essa não foi a primeira vez que eles se separaram, mas essa foi a primeira vez que ela foi firme. Acredito que ele não amava ela. Ele queria ela como empregada. Desde quando eles casaram, ele nunca deu amor, ela sempre foi oprimida por ele.A mulher que socorreu a vítima afirma que ela etava muito queimada, e gritava que tinha virado um monstro. Na hora do socorro, a vítima também teria gritado que o ex-marido havia saído de trás de um caminhão, jogado gasolina nela e ateado fogo.Medida protetivaO Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) confirmou a informação da família de que uma medida protetiva assegurava à Maria Luiza de Paula, às suas filhas e aos seus familiares que o seu ex-marido, de 34 anos, ficasse a 200 metros de distância delas. O documento é de 2 de outubro de 2015.Segundo a mãe de Maria Luíza, a dona de casa Maria Auxiliadora Bezerra de Paula, a filha conseguiu o documento depois que o ex-genro a agrediu e começou a ameaçá-la. Assim que saiu a Medida Protetiva, o oficial de justiça trouxe uma para a gente e no outro dia entregou a dele. Mas não adiantou. Ele é muito violento, explica Maria Auxiliadora.AgressõesCinco dias antes de ter sido queimada, Maria Luiza de Paula havia publicado no Facebook que havia apanhado do ex-marido Jefferson de Moraes Pires.Em entrevista a reportagem, a mãe de Maria Luiza também relatou as agressões. Outro dia minha filha chegou aterrorizada em casa. Ela estava voltando do trabalho, aí um carro parou ao lado dela. Um homem que estava no veículo disse que era amigo do ex-marido dela e mostrou uma foto das minhas três netas. Minha filha contou que os caras pediram para ela entrar no carro, porque eles sabiam tudo da vida dela e iriam levá-la até o amigo deles [ex-marido de Luíza], comentou Maria Auxiliadora de Paula.Auxiliadora relembra ainda que, nos três meses de separação do casal, o suspeito havia agredido a ex-mulher duas vezes, mas ela ficou com mais medo na noite do dia 12 de novembro, quando o ex-genro ligou para as netas e disse que iria matar a mãe delas. As minhas netas ficaram aterrorizadas. Aí minha filha foi até o serviço rapidinho e disse que não iria trabalhar por esses dias, porque estava com medo, relembrou Maria.Ela conversou com a gente na noite de ontem [quinta-feira (12)], e disse que não ia vir mais trabalhar. Mas ainda ontem à noite ela mandou uma mensagem dizendo que iria vir sim. Eu liguei para ela e perguntei se ela estava segura para vir, que não teria problema ela ficar em casa. Ela disse que precisava trabalhar, afirmou o chefe de Maria Luíza, Marcelo de Oliveira, no dia do crime.A mãe da vítima se ofereceu para ir com a filha até o serviço na manhã do dia 13 de novembro, mas ela recusou, e disse que era para ela cuidar das crianças. Ele já tinha ameaçado a mim também, por isso minha filha não deixou eu ir com ela, disse Maria Auxiliadora.