Conforme reportagem publicada na última segunda-feira (30), os municípios de Batayporã, Taquarussu e Novo Horizonte do Sul têm casos confirmados de mormo equino, que se trata de uma enfermidade bacteriana infectocontagiosa grave, dando-se principalmente nos equídeos, podendo também acometer os carnívoros, os pequenos ruminantes e até o homem. A informação foi apurada pelo site junto à Coordenação do Programa Estadual de Sanidade de Equídeos de Mato Grosso do Sul.Nas últimas semanas, no município de Batayporã, oito propriedades rurais foram investigadas, das quais, três foram consideradas focos da doença por possuírem cavalos, cujos exames, deram positivo para mormo equino. Os três animais diagnosticados com a enfermidade já foram sacrificados, uma vez que a doença é incurável e contagiosa. Além de abatidos, os animais confirmados com a doença devem ser incinerados para evitar a contaminação do solo e dos recursos naturais. Além das três propriedades confirmadas como focos, as outras cinco seguem sob investigação, sendo que o órgão competente aguarda os resultados dos exames para confirmar ou descartar as suspeitas.No decorrer da semana, o Nova News apurou que os três animais diagnosticados com mormo e já sacrificados em Batayporã, fazem parte de uma mesma comitiva que teria burlado os exames de anemia infecciosa equina e mormo, exigidos para que os cavalos pudessem participar da última edição do desfile de cavaleiros, realizado no município no dia 15 de novembro de 2015. O evento é anual e já se tornou uma tradição em comemoração ao mês de aniversário da cidade. Segundo os órgãos competentes, foi descoberto que os responsáveis pela comitiva em questão teriam enviado amostras de sangue de outros animais como se fossem daqueles que, de fato, participariam do evento.Após a realização do desfile, foi averiguada a suposta irregularidade e, com a realização de novos exames, constatou-se que três dos animais que participaram do evento estavam contaminados.Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Sanidade de Equídeos de Mato Grosso do Sul, Kelly Noda Gonçalves, o risco de que outros equinos tenham se contaminado durante a cavalgada é muito grande e a preocupação é de que tenha ocorrido uma contaminação em massa. Nas palavras dela, a bactéria causadora da enfermidade pode ficar incubada no organismo por algum tempo e se manifestar apenas posteriormente, sendo assim, o número de animais que podem estar contaminados no município é imprevisível.Kelly Noda explica que é de obrigação dos proprietários de animais e responsáveis por comitivas, bem como dos organizadores de eventos do gênero, buscar profissionais qualificados para retirada de amostras de sangue de todos os animais e também enviar o material para laboratórios idôneos a fim de evitar que equinos contaminados ou com suspeita de estarem doentes tenham contato com outros animais e também com seres humanos.“As pessoas precisam entender que este procedimento é de extrema importância e não pode ser burlado de forma alguma, pois o risco de uma epidemia é muito grande, podendo causar prejuízos irreparáveis a todos”, afirma. A suposta irregularidade com relação aos exames para o desfile de cavaleiros de Batayporã segue sob apuração da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal de Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro).