Investigações da Polícia Civil de Batayporã causam reviravolta no caso de roubo a um casal de namorados ocorrido na noite de 29 de março, por volta das 20h00min, na rua Vereador José Adelino da Rocha, na região central de Batayporã. Segundo informações do delegado Rafael Carvalho à reportagem, o namorado, que inicialmente, era uma das vítimas, tornou-se um dos suspeitos do crime de roubo majorado com emprego de arma.Segundo o boletim de ocorrência inicial, elaborado de acordo com o depoimento das vítimas, que seriam um casal de namorados que moram juntos nesta residência – um homem armado teria invadido na casa com uma barra de ferro, rendido os dois, e ora mandavam amarrar uma vítima, ora era a outra que deveria ser amarrada, e ficou torturando com uma chapinha de cabelo ora uma vítima, ora na outra vítima. Dava pancadas numa e depois, em seguida, na outra.Determinado momento, o suposto bandido teria pego até uma faca da casa das vítimas, porque não levou uma própria para cometer o crime. Em depoimento, disseram ainda que o bandido teria adentrado sem camiseta na casa, com a camiseta enrolada em seu rosto.Conforme explicações do delegado titular, Rafael Carvalho, que comanda as investigações, a polícia achou a história contada pela vítima um tanto estranha, no caso o namorado – Wagner da Silva Sousa de 44 anos, que motivaram a novos depoimentos e apurações.Para Dr. Rafael, informações ditas pela suposta vítima e o comportamento do rapaz durante o saque do dinheiro na agência bancária, bem como no momento em que abastece a motocicleta num posto de combustíveis, deram indícios de que alguma coisa estava errada. “A vítima disse que foi rendida pelo suposto autor do roubo com uma faca que pegou na própria residência. Disse que foi obrigado a montar na Honda/Biz da namorada e que, o tempo todo, o bandido ficou em suas costas, na garupa, com uma faca nas costas. O bandido ainda o obrigou a sacar dinheiro no Banco do Brasil da conta da sua namorada, depois o obrigou a conduzi-la ao posto Amigão para abastecer, sendo que a Honda/Biz o tanque estava cheio. Foi uma história toda estranha, a princípio, para a polícia”, pontou o titular da delegacia de Batayporã.Depois de ter ouvido testemunhas, checado as câmeras de segurança da agência bancária e apurado todos os fatos, Dr. Rafael o interrogou e o indiciou como um dos autores deste roubo. O comparsa que estava na garupa da Biz ainda não foi identificado.Segundo o delegado, as câmeras de segurança mostram que ele, o tempo todo, não demonstrou que estava sendo assaltado. Testemunhas que estavam no banco no momento do saque disseram que ele, em nenhum momento pediu ajuda ou falou que estava sendo assaltado. “As câmeras mostram ele, com naturalidade, com o outro autor que estamos atrás de identificar ainda. O bandido que estava com ele não estava com faca, não forçou ele a nada. Aí seguiram rumo ao posto para abastecer a motocicleta”, elencou.Outra evidência de que ele seria um dos autores é que ao abastecer a Honda/Biz a suposta vítima não pediu ajuda aos frentistas. “Tinha 3 frentistas no posto. Todos disseram não ter percebido nenhuma situação de assalto. Além disso, o agora, indiciado, disse teria sido obrigado a conduzir a Biz para Nova Andradina. Passou pela base da PMR (Polícia Miliar Rodoviária) de Nova Andradina que fica entre uma cidade e outra, sendo que na saída para Ivinhema o bandido nem quis levar a Biz, só desceu e devolveu o capacete e a camiseta. Então, é uma história muito estranha e aos olhos da Polícia Civil não convenceu. Então, por isso, interroguei e indiciei Wagner da Silva Sousa, como autor do roubo ocorrido no dia 29 de março, na cidade de Batayporã”, argumentou, convencido de que trata-se de um caso em que a vítima é na verdade o acusado do crime.Com relação ao outro acusado, a Polícia Civil afirma que será necessária uma investigação mais refinada. “Não vou citar quais serão nossos métodos. Já tentamos o método de reconhecimento e foram infrutíferos até o momento. Vamos continuar as investigações para chegar ao outro autor”, relatou o delegado.Questionado ainda se Wagner da Silva Sousa poderá ser indiciado por falsa comunicação de crime, além de roubo majorado, Dr. Rafael disse que isso deve ficar a critério da Promotoria, responsável pela denúncia. “A meu ver, não é possível imputar mais esse delito a ele, porque já está envolvido todo o contexto do roubo. Vamos apurar se incorreu a algum núcleo do tipo para acusa-lo de autor ou como participante do roubo”, informou Rafael Carvalho.