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Casos de HIV aumentam entre homens e diminuem entre mulheres em Dourados

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(Foto: Divulgação)
Exames que apontaram diagnósticos positivos podem ser feitos gratuitamente através do SUS Dados do programa municipal de combate as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids) em Dourados apontam para um cenário de alerta entre a população da cidade. Houve aumento significativo no total de pessoas detectadas com o vírus HIV, no comparativo entre o total de 2013 e os 10 meses de 2014. No ano passado foram 46 diagnósticos positivos, enquanto este ano o número já chega a 58. A maioria detectada este ano (45) são homens, assim como no ano passado.No entanto, ainda conforme levantado pelo Diário MS junto à coordenação do programa, apesar do aumento no número de casos positivos entre a população masculina, houve diminuição nos casos em meio à população feminina. Em 2013 o total de diagnósticos positivos tinha sido de 17 mulheres e este ano até ontem o total contabilizado era de 13.De acordo com a coordenadora do programa, Rosana Alves Vieira Carneiro, o aumento no número de casos no intervalo de um ano pode, evidentemente, estar relacionado a uma procura maior de pessoas pelo exame de HIV. No entanto, o dado não deixa de ser preocupante e remete a um cenário onde, apesar do acesso fácil à informação e conscientização, as pessoas continuam tendo uma vida sexual insegura.“Esse número significa que as pessoas não estão se cuidando como deveriam. Muita gente, apesar de ter informação, continua vivendo em um mundo onde acredita que com ela nunca vai acontecer. Hoje o paciente que se trata de HIV é uma pessoa absolutamente normal, então aquela coisa de não ter cara de doente de Aids não existe ainda mais. Você pode se relacionar com uma pessoa que não sabe também que tem o vírus. Portanto, nenhuma relação sexual deve ter o desprezo pelo uso da camisinha, desde o início da vida sexual”, apontou Rosana.Assistente social do programa, Viviane Lobo também destacou que informação não é o que falta. O DSTs/Aids, inclusive, promove diversas palestras e também distribuição de material informativo sobre o assunto. “Além dessas campanhas que trabalhamos, existe a internet. Em cinco minutos de pesquisa a pessoa fica informada. Posso dizer que 99% das pessoas que atendemos sabem que deveriam usar camisinha, mas uma hora usam e na outra não. Há uma displicência grande em se resguardar”, destacou Viviane.Entre os adolescentes, a preocupação é ainda maior. De acordo com Rosana, a inconsequência típica da idade e o início da vida sexual cada vez mais cedo implicam em um cenário preocupante que depende da intervenção dos pais. “Depois que contraiu não adianta cobrar nada. Eles não têm noção do que é ser portador de HIV, que essa é uma condição grave. Muitas pessoas andam pensando que justamente pelo tratamento ser melhor hoje, não há tanto o que temer e não pode ser assim. Os pais devem ficar atentos com o início e a continuidade da vida sexual dos filhos e cobrar o resguardo e o uso de preservativo sempre”.