Na manhã desta segunda-feira (17), durante a visita do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) à cidade de Ivinhema, o deputado estadual Renato Câmara (PMDB) falou sobre a situação de crise vivenciada pelo Hospital Regional (HR) Francisco Dantas Maniçoba, de Nova Andradina.Segundo a declaração do deputado, o HR precisa passar por uma reformulação de gestão. Nas palavras de Renato Câmara, neste contexto, foi aprovada pela Assembleia Legislativa a Lei das OS’s (Organizações Sociais). “O Governo de Mato Grosso do Sul quer que os hospitais regionais sejam administrados pelo Estado e por organizações”, afirmou.O deputado salientou que, com a realização da Caravana da Saúde, o Governo do Estado está analisando a situação dos hospitais, de seus problemas, suas dívidas. “Com este levantamento, entendo que o Governo deverá fazer uma proposta definitiva para Nova Andradina e para a nossa região”, explicou. Ainda na entrevista, Câmara afirmou que, em conversa com o Secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, foi solicitada agilidade na resolução da questão. Segundo ele, o Governo de MS tem boa vontade e está trabalhando para que a situação do Hospital Regional seja resolvida. O deputado citou como exemplo o modelo que está sendo implantado na cidade de Ponta Porã, onde, segundo ele, os serviços hospitalares eram geridos pelo município em parceria com o Governo, porém, a partir de agora, o Estado é quem vai assumir completamente os trabalhos naquela região.“Com relação a Nova Andradina, estão sendo feitos levantamentos para que se possa encontrar o melhor caminho a ser seguido com relação à gestão do Hospital Regional, o fato é que, do jeito que está não dá pra continuar”, disparou Renato Câmara.À grosso modo, o modelo de Organização Social aprovado pela Assembleia Legislativa dá autonomia e uma empresa especializada em administração hospitalar para gerir a unidade, isso por meio de licitação. Esta empresa fará um estudo das carências da unidade e sobre os valores necessários para o seu devido funcionamento. Modelos de gestão hospitalar semelhantes a este são utilizados nos estados de São Paulo e Goiás.De acordo com o diretor do Hospital Regional de Nova Andradina, Tito José, o modelo atual de administração da unidade também tem sido copiado por outras cidades, dentro e fora do Estado. Tito afirmou que a principal necessidade seria a correção dos valores repassados que, em sua opinião, estão defasados. “Estamos operando com o mínimo do mínimo e, até o momento, não temos nenhuma informação sobre investimentos dos governos Federal ou Estadual”, pontuou.Questionado pelo Nova News sobre uma possível troca de modelo administrativo no HR, Tito disse que dificilmente a atual diretoria seria destituída, pois, em sua avaliação, há muitas deficiências com relação a mão-de-obra e isso faria com que, mesmo uma empresa especializada, encontrasse barreiras para desempenhar suas atividades. “Seria necessária a cooperação de quem já atua no segmento”, diz.Para Tito, uma nova administração iria solicitar, de início, R$ 1,8 milhão para gerir o HR, segundo ele, mais que o dobro do valor disponibilizado para Fundação de Saúde de Nova Andradina (Funsau-NA), sinalizando, uma vez mais, que, a grande carência da unidade é a falta de recursos financeiros.A atual crise financeira do hospital também tem sido criticada pelos secretários de Saúde dos municípios vizinhos que veem os nomes de suas cidades citados como responsáveis pelo problema devido aos atrasos de repasses por parte das administrações anteriores. O Nova News tentou contato com as prefeituras, que preferiram não opinar, mas apenas lembraram que atualmente os repasses são descontados do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e depositados para a Funsau-NA.Por sua vez, o secretário municipal de Saúde de Nova Andradina, Silvio Senhorini, disse que recentemente, participou de uma reunião em Dourados, onde o assunto foi apresentado, porém, sem nenhuma definição. Ele disse que haverá uma próxima reunião em Campo Grande, nos próximos dias, e que ainda não sabe se a questão do HR estará em pauta.“Sabemos da intenção do Governo do Estado em assumir todos os hospitais, mas, pelo menos até minha pessoa, ainda não chegou nenhuma informação de como esta transição deve ocorrer”, finalizou Senhorini.
Governo de MS pode extinguir Funsau e assumir HR de Nova Andradina
Redação, Nova News
19/08/2015 às 03:00 •