Otero foi preso no domingo na casa da mãe e promete entregar envolvidos em escândalo A Justiça aceitou a delação premiada proposta pelo suposto chefe do esquema de exploração sexual de adolescentes, Fabiano Viana Otero. O juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, homologou o acordo de colaboração premiada em que ele promete entregar os nomes de 10 políticos e autoridades envolvidos no escândalo sexual.Até o momento, o empresário e pastor evangélico Alceu Bueno renunciou ao mandato de vereador após ser indiciado por exploração sexual de adolescentes. Conforme a Polícia Civil, Otero, o ex-vereador Robson Martins e o empresário Luciano Pageu agenciavam meninas para políticos, gravavam os encontros para extorquir os envolvidos.Oliveira homologou o acordo e decretou sigilo nas investigações que devem revelar os nomes de mais envolvidos no esquema. Só o promotor de Justiça, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), e o advogado de defesa, Amilton Ferreira de Almeida, poderão ter acesso aos autos do inquérito.Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, o acordo de delação premiada foi protocolado na terça-feira e homologado ontem pelo magistrado. Ele viu que há requisitos para a homologação do acordo. Em troca de informações e provas dos envolvidos na exploração sexual de adolescentes, Otero terá direito a redução da pena e até ser solto.“Os termos do acordo celebrado são sigilosos e assim deverão permanecer até que seja recebida a denúncia, conforme previsto no § 3°, do art. 7º da Lei nº 12.850/13, necessitando ser observado em eventual divulgação, os direitos do colaborador previstos no art. 5º da mesma Lei”, destaca a nota da assessoria.A partir de agora, Fabiano Otero será ouvido pelo promotor de Justiça, Celso Botelho, e pelo delegado. Ele prometeu entregar mais gravações e 10 homens, sendo que a maior parte seria de políticos.Ele também vai revelar a estrutura da organização criminosa, os integrantes, a divisão de tarefas, entre outros detalhes. Até o momento, só dois políticos foram citados: Bueno e o ex-deputado estadual Sérgio Assis. Eles já foram indiciados e podem ser condenados a penas de 4 a 10 anos de reclusão.