Publicado em 12/04/2016 às 03:00,

Mochileiro que ganha a vida pintando imagens de giz nas calçadas há oito anos, passou por Campo Grande 

Redação, Campo Grande News
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(Foto: Divulgação)
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(Foto: Divulgação)
Kevin Mendo, de 25 anos, nasceu na cidade de Chimbote, no Perú, mas foi viajando para bem longe de casa, e nas ruas descobriu o talento para as artes plásticas. Há oito anos mochilando, após ter passado por países como Chile, Equador e Venezuela, uma das calçadas da Praça Ary Coelho, na Avenida Afonso Pena, também serviu de tela para os desenhos feitos em giz, aqueles de escrever no quadro negro. A reportagem encontrou o rapaz na manhã desta segunda-feira (11), pouco antes dele seguir viagem para a Bolívia. Aqui, ele chegou na quinta-feira passada, dia 7. A passagem rápida é como na grande maioria dos locais por onde já passou, sempre deixando uma marca. “Viajei colorindo as calçadas de cada um dos lugares por onde eu viajei nestes oito anos”, comenta.Desenhando rostos, na maioria das vezes imagens religiosas, antes de passar por Campo Grande ele morou por dois meses no Rio de Janeiro, fazendo os desenhos na praça do Largo do Machado. A próxima parada é a Bolívia, onde encontrará a noiva e em seguida os dois partem para o México. “Eu ganho dinheiro pintado fachadas de bares, restaurantes e até paredes de lojas de departamentos e também arrecado com as pinturas nas calçadas”, conta.Nas obras em calçadas o único material utilizado pelo artista é o próprio giz escolar, idêntico ao que é utilizado em salas de aula.Para garantir os traços marcados e o tom mais realista das pinturas, ele afirma que usa apenas a habilidade das mãos. “Não uso luvas. Eu faço o contorno e em seguida preencho a pintura com as cores e com a minha mão vou controlando a tonalidade de cada cor”, explica.Kevin não tem nenhuma formação acadêmica, mas na adolescência chegou a estudar administração de empresas e conta que o primeiro contato com a arte de rua ele teve em Lima, no Peru.“Fiz faculdade por um tempo, até notar que aquela profissão não era para mim. Então eu me mudei para o Peru, onde conheci alguns amigos que me ensinaram as primeiras noções da arte de rua”, conta. Pela página do Facebook Arte Forious, o artista divulga os desenhos que faz. É o registros que fica, já que a chuva e as pisadas acabam com a obra, é inevitável, apesar dos cuidados extras. “Na maioria das vezes as pessoas respeitam e não pisam e eu procuro fazer os desenhos sob uma sobra, para evitar a ação do tempo e principalmente da chuva”, conta.Kevin segue o estilo clássico e prefere representar desde Jesus Cristo e São Jorge, até o elefante da cultura indiana que simboliza o Deus da prosperidade e da sorte. “É o tipo de imagem que as pessoas se identificam e mais ficam impressionadas depois de prontas”, comenta. Mas até a turma do Chaves ele já reproduziu.De acordo com o artista, leva de duas à no máximo cinco horas para concluir uma obra nas calçadas.“Na rua, o trabalho tem que ser mais demorado, não só para que eu consiga atrair o maior número de pessoas, mas também para que eu consiga ganhar mais dinheiro”, ele ri.