A crise política em que o país está mergulhado entrou definitivamente no radar das agências internacionais de classificação de risco, como ficou claro no documento divulgado nesta terça-feira (28) pela Standard & Poor’s ao colocar em perspectiva negativa a nota de crédito do Brasil. “O contexto das dinâmicas políticas”, esteve no centro das explicações fornecidas pela S&P para a decisão que deixa o país a um passo do rebaixamento, embora ainda tenha se mantido em condições de investimento.A avaliação da economia brasileira na agência norte-americana, não usou meias palavras para esclarecer que novas falhas na execução do processo de ajuste fiscal podem levar o país a ser rebaixado, pelo impacto na confiança e nas perspectivas de crescimento. É como se o governo passasse a conviver com uma última oportunidade para recolocar o perfil fiscal do país em condições de normalidade até o final do ano. O reconhecimento dos esforços da equipe econômica para restaurar a trajetória de crescimento do país, também assinalado no documento, demonstra que as dificuldades detectadas pela Standard & Poor’s não significam uma condenação ao trabalho do ministro da Fazenda.O que sobra como conclusão é que o destino da economia brasileira depende cada vez mais dos rumos que serão assumidos no campo político. Se as dificuldades para aprovação de medidas destinadas a fortalecer os cofres do Tesouro Nacional - ou para conter aquelas que implicam aumento de gastos públicos - continuarem a se acentuar no Congresso Nacional, o país não escapará do rebaixamento de sua nota de crédito. O papel de protagonista assumido pelo Legislativo não significa, entretanto, que o governo da presidente Dilma Rousseff passará a contar com o apoio necessário para evitar o pior
