17/06/2014 13:34:00
A busca de proximidade com a torcida é uma das marcas de Luiz Felipe Scolari como técnico de futebol. Nada de paletós e sapatos finos. Sempre agasalhos e bonés dos clubes ou da seleção que comanda. Comemorações efusivas, discursos de apelo emocional e caras e bocas como se fosse um artista do cinema mudo ou um performático dos palcos. Só que o gaúcho vai se deparar na tarde desta terça-feira, a poucos metros de distância, com alguém que consegue igualá-lo nesse show.
Miguel Herrera, 46 anos, tem muito em comum com Felipão. Assim como o brasileiro, pegou uma seleção em cacos e conseguiu resgatar a confiança. Tirou o México do buraco e de uma eliminação precoce no torneio classificatório da América do Norte e Central, nos últimos jogos, passou à repescagem e classificou o time. E tudo isso com muito abraço, caras e bocas.
As comemorações do mexicano são mais espalhafatosas. Uma delas até virou hit na web local quando comandava o América. Ele começou a se bater loucamente, todo molhado, chacoalhando a cabeça de um lado para o outro.
Se em seu país Herrera não é uma estrela de comerciais como Felipão, ele dá o troco com sobras mas redes sociais. Enquanto o brasileiro não tem e se recusar participar, Herrera abusa das redes e interage com os fãs como se fosse um anônimo. Por lá, assume o papel de turista com fotos íntimas da família, cozinhando e até vestido de Papai Noel.
Já ousou e chegou a pedir aos fãs que mandassem sugestões de convocados para um jogo da seleção. Tenta não deixar nenhum fã sem resposta e, mesmo quando criticado, responde para os internautas. Abusa do famoso "selfie" em suas fotos. Em seu perfil no Twitter, são várias.
Herrera se comporta como um tiete pelas fotos que coloca. É só encontrar uma celebridade que faz pose, para em breve contar o ocorrido na rede social. Até o mascote Fuleco já foi um dos alvos do seus selfies.
Scolari, apesar de querer o apoio do público, procura ficar mais nas concentrações durante as grandes competições e evita o corpo a corpo com os torcedores pelo imenso assédio que sofre. Já tentou caminhar em momentos importantes, mas não teve sossego e agora deixa a relação com os brasileiros para o estádio por meio de gestos e declarações diárias.
"Tivemos algo que estávamos esperando para ver. Vocês viram a reação da torcida com os jogadores na estreia. Em grupo, torcida com jogadores. Eles (torcedores) foram excelentes. Reagem e reagem bem quando precisamos", afirmou na véspera do jogo contra o México.
Miguel Herrera é mais ousado não mede consequências no contato pessoal. Na segunda-feira, saiu pelas ruas foi cumprimentar os vários mexicanos que estavam na frente do hotel Luzeiros. Gesticulava para todos e balançava a bandeira, algo impensável para Scolari nesta Copa.
não hácomentários Não perca tempo e seja o primeiro a comentar esta notícia.