Buscar

Pai pede à Justiça que foto de Cristiano Araújo morto seja apagada da internet

Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
O pai do cantor Cristiano Araújo, João Reis de Araújo, entrou na Justiça com um novo pedido de que as imagens que mostram o corpo do sertanejo sendo preparado para o velório sejam retiradas da internet. Mesmo já havendo uma decisão judicial para que o conteúdo fosse excluído, vídeos e fotos feitas após a morte do artista ainda podem ser encontradas em vários sites três meses depois do acidente que o matou.O escritório CA Produções Artísticas, responsável pela carreira do músico, já tinha entrado com um processo contra o Google e o Facebook e parte do conteúdo chegou a ser removido. Nesse novo pedido, o advogado de direito digital Rafael Maciel pede que além dessas empresas, Microsoft e Yahoo também excluam o material da internet e suprimam os resultados de buscas feitas pelos usuários sobre esse conteúdo. “Não dá para garantir a remoção completa da internet, sabemos disso. O que queremos é minimizar a exposição”, disse o advogado.Nossa reportagem entrou em contato com o Google e a Microsoft às 17h40, mas não recebeu nenhum posicionamento das empresas até a publicação dessa reportagem.Também tentamos contato com o Facebook, mas as ligações não foram atendidas até a publicação dessa reportagem.O jornal não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do Yahoo.O advogado explicou que o pedido foi motivado após familiares do cantor continuarem encontrando as imagens de Cristiano Araújo morto. “Às vezes até primos pequenos veem esse material quando vão pesquisar alguma outra coisa sobre o Cristiano Araújo e vão contar para o pai dele. Isso tem causado muito sofrimento a eles”, contou.Além da remoção, o defensor também pede que as empresas monitorem e proíbam o novo cadastro dessas fotos e vídeos na internet. O controle seria feito pelos códigos presentes nos vídeos originais e que foram replicados, os chamados “hash”.Na ação, Maciel explica que o objetivo não é responsabilizar as empresas pelo conteúdo produzido e divulgado pelos usuários, mas que elas têm capacidade técnica para atender ao pedido judicial. Para facilitar a remoção, o advogado disse que forneceu na ação dezenas de links indicando onde estão os conteúdos considerados chocantes.De acordo com o Tribunal de Justiça de Goiás, o pedido foi protocolado no dia 1º de outubro. A ação foi encaminhada para a 15ª Vara Cível e Ambiental de Goiânia, onde será analisado.RemoçãoCom base em denúncias de internautas, o site de buscas Google informou em junho desse ano que já começou a remover os vídeos que mostram a preparação para o velório do corpo do cantor Cristiano Araújo, morto em um acidente em Goiás. As imagens vazaram na internet e três pessoas foram indiciadas pela polícia por vilipêndio de cadáver (desrespeito ao corpo).A Justiça determinou a retirada de todas as fotos e vídeos do corpo do cantor tanto do Google quanto do Facebook. O site de buscas informou na época por meio de nota que já foi notificado, mas diz ser “necessário que qualquer ordem judicial para remoção de conteúdo especifique as URLs [endereços das páginas] dos conteúdos a serem removidos.O comunicado adiantou ainda que algumas imagens do caso já foram excluídas. Em paralelo, o Google já removeu diversos vídeos do caso em questão que foram indicados por usuários como violações dos termos de uso e das políticas do YouTube, disse.IndiciamentoA Polícia Civil indiciou três pessoas pelo crime de vilipêndio de cadáver (desrespeito ao corpo) e, se condenadas, podem pegar de 1 a 3 anos de prisão. “As investigações comprovaram a participação efetiva dessas três pessoas no caso, por isso já concluímos o inquérito”, explicou o delegado na ocasião.Os indiciados são os técnicos em tanatopraxia (procedimento de retirada dos fluídos do corpo para o enterro) Marco Antônio Ramos, de 41 anos, e Márcia Valéria dos Santos, de 39, ex-funcionários da Clínica Oeste, além do estudante de enfermagem Leandro Almeida Martins, de 24.Em nota, a clínica afirmou que repudia a ação dos empregados, que foram demitidos por justa causa. A Clínica Oeste existe há quatro anos e reitera seu compromisso com a ética, a transparência, o zelo pela prestação do serviço e o respeito às famílias, e se solidariza com todos os que, como ela, repudiam tal ato, destacou o texto.Segundo as investigações, Márcia foi quem gravou o momento em que o corpo do cantor era preparado por Marco, indiciado pelo fato de não ter impedido a colega. Em seguida, a mulher enviou o vídeo a Leandro, que estuda na mesma universidade que ela. O jovem, por sua vez, repassou o material para duas tias, de 39 e 40 anos.De acordo com o delegado, as tias não foram indiciadas até o momento, pois alegam que ficaram horrorizadas e excluíram o arquivo antes que terminassem de ver. “Por isso, a perícia no celular delas vai confirmar essa versão de que não enviaram a gravação, que foi feita de forma desrespeitosa e humilhante. Se algo for comprovado, mesmo após a conclusão do inquérito, elas poderão ser indiciadas”, disse.