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Tati Quebra Barraco vai processar o Estado: Meu filho levou 4 tiros na cara

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(Foto: Divulgação)
Tati Quebra Barraco com o filho Yuri, que morreu aos 19 anos após operação policial em comunidade do RJ A cantora Tati Quebra Barraco está tentando superar a dor de ter perdido seu filho Yuri Lourenço da Silva, de 19 anos, após uma violenta operação da Polícia Militar realizada na Cidade de Deus, na Zona Oeste da cidade, no último dia 11 de dezembro. Em conversa com a reportagem nesta quarta-feira (4), a funkeira afirma que ainda é impossível descrever a sensação de tristeza com palavras. “Não queira imaginar como estamos sofrendo. Deus fez o filho para enterrar sua mãe e não uma mãe enterrar seu filho. Isso é muito triste! O Natal e o  Ano Novo são momentos familiares e, já que um pedaço meu se foi, só celebrarei no meu canto, chorando e lembrando dos bons momentos em que passei com o Yuri”, resume ela, que pediu para não ser fotografada durante enterro do filho no Rio.Caso vai parar na Justiça e na delegaciaTati garantiu que irá comparecer à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática na próxima semana para registrar ocorrência de racismo e discurso de ódio manifestado em suas redes sociais. Ela garante que ainda irá mover processo contra o Estado do Rio de Janeiro pelas circunstâncias em que Yuri foi morto.“Meu filho levou quatro tiros na cara, e o peito dele estava queimado de pólvora, o que dá a entender que o tiro foi a queima roupa. Yuri não estava armado e não teve como reagir. E o mais impressionante é que eles (os policiais militares) disseram que houve troca de tiros. Não existiu a resistência de Yuri como os policiais afirmam. Os PMs cansam de dar desculpas quando fazem atitudes assim. Não podemos aceitar isso! Portanto, eles devem ser melhor treinados, e a responsabilidade é do Estado”, desabafou ela, garantindo que não quer um centavo com a ação. “Desses seres humanos, se é que posso chamar assim, né? Não quero um tostão. Quero que cada um faça serviço comunitário ou distribua cestas básicas para comunidades carentes”.Foto de corpo de Yuri circulou no exteriorOutro fato que também deixou a família em estado de choque foi a foto de Yuri morto circular livremente na internet. “A imagem do meu filho morto foi divulgada e até a minha cunhada, que mora na Holanda, recebeu a foto. Quem tirou a foto? Foi a médica que estava de plantão naquele momento? Não acredito que uma médica formada seria estúpida ao ponto de divulgar isso. É só pegar o celular dos policiais de plantão e fazer a perícia”, acredita ela, que pretende lutar pelo fim do preconceito também.“Virou normal mãe preta enterrar seu filho. Isso está errado!”, afirma ela, que pretende identificar cada pessoa que publicou mensagem de ódio e racista em sua rede social. “Foi uma sensação horrível e imunda ter que ler tamanha brutalidade contra a minha família. Como mãe, fiz um desabafo. Ninguém é obrigado a ver, mas não chamei ninguém para ver. Não pedi opinião de ninguém, aquilo foi meu desabafo. Quero que eles sejam punidos severamente pelos seus atos. Não podemos apelidar o racismo que as pessoas sofrem nas redes sociais como injúria racial. Racismo é crime e não deve ser aceito por nenhum de nós”, diz Tati.