Publicado em 01/04/2017 às 03:00,

Aparelhos são desligados e grávida que era mantida viva para gerar bebê é velada

Redação,
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(Foto: Divulgação)
Começou na meia-noite de hoje e segue até às 16h30min o velório da jovem Renata Souza Sodré, de 22 anos. Gestante, ela teve morte cerebral constada há cerca de 2 meses e foi mantida viva por aparelhos até ontem (31) para gerar o bebê.Renata está sendo velada no Cemitério Memorial Park, no bairro Universitário, e o sepultamento está marcado para o fim da tarde. Diferente do que a família previa, nenhum órgão da jovem pôde ser doado porque ela teve uma série de variações no estado de saúde nos últimos dias.O PARTOPor volta das 11h00min de ontem, a equipe médica da Santa Casa, onde Renata estava internada há mais de 2 meses, decidiu fazer procedimento de cesárea para retirar Yago do útero da mãe.O bebê nasceu com pouco mais de 1 quilo e foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. Ele teve de ser entubado porque nasceu com quase 7 meses, cerca de 5 semanas antes do previsto pela equipe médica. A retirada do bebê foi necessária para evitar infecções e risco à saúde da criança.Assim que Yago foi retirado da mãe, os parentes de Renata tiveram um tempo para se despedir da jovem. Os aparelhos que a mantinham viva foram desligados durante à tarde.O CASOGrávida de quase cinco meses, Renata passou mal em casa e foi socorrida até o posto de saúde no bairro Tiradentes no fim do mês de janeiro. No dia 30, já na Santa Casa, ela teve Acidente Vascular Cerebral (AVC) e morte cerebral. Desde então, por autorização da família, Renata era mantida viva até que o bebê completasse 28 semanas.A médica intensivista Patrícia Leal, que integra a equipe da Santa Casa responsável pelos cuidados de Renata, contou que ela estava em um leito de isolamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).A Renata veio para a Santa Casa com um quadro muito parecido a gestante do Paraná. Ela também teve hemorragia cerebral, passou por neurocirurgia e não teve melhora. No dia 30 foi diagnosticada morte cerebral, conforme protocolo do Conselho Federal de Medicina.Segundo a médica, outros dois casos semelhantes ocorridos em Colatina (ES) e Campo Largo (PR) estão ajudando a equipe da Capital sobre os procedimentos que são feitos. Intercâmbio com equipe do Espírito Santo já é feito e contato com médicos paranaenses devem ocorrer em breve. Outra ajuda os médicos da Capital buscam com equipe de Portugal, que tem estudo publicado sobre gestantes que têm morte cerebral.(Correio do Estado)