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Auto-exame ajuda a detectar alterações de visão

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(Foto: Divulgação)
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(Foto: Divulgação)
A oftalmologia geriátrica já foi tema da coluna anterior e agora o assunto é o auto-exame. Um idoso de 65 é bem diferente de um com 90; consequentemente, seus olhos e a maneira de tratá-los vai variar, mas uma coisa é certa: é preciso investir na prevenção.No Brasil, o grupo com 75 anos ou mais foi o de maior crescimento relativo nos últimos dez anos. A piora visual aumenta em duas vezes o risco de queda; em três vezes o risco de depressão; de quatro a oito vezes o risco de fratura de quadril. A incidência da catarata aumenta sete vezes a cada década a partir dos 65 anos de idade e é também a partir desta faixa que o glaucoma quase dobra de incidência a cada década.O auto-exame ajuda a detectar mais precocemente anomalias. Os pacientes mais velhos devem ter a preocupação de fazer esta avaliação mensalmente, buscando sinais de possíveis doenças relacionadas ao envelhecimento ocular. O importante é considerar a visão em cada olho quando se começa a monitorar e ir observando se ela sofre piora com o passar do tempo.Segue um passo a passo de como proceder, de acordo com o livro “Oftalmogeriatria”, escrito pelos médicos Marcela Cypel e Rubens Belfort Jr., com a participação de diversos especialistas (no fim da coluna, há um teste com a Tela de Amsler, que pode ser incluído no auto-exame):a) 1) Usando óculos atualizados, o paciente deve fechar um olho e avaliar a visão de cada olho em separado, comparando com o outro e com pessoas que tenham boa visão. O primeiro passo é observar como está enxergando para longe (mais de 4 metros de distância): identificar placas de automóveis numa distância normal para outras pessoas, ver legenda de filme, ou alguém do outro lado da sala, ou um gradeado de uma janela ou de portão.E 2) Em seguida, testar a distância para perto (distância de leitura, de 37cm a 40cm), no jornal ou nas palavras cruzadas.n  3) Na sequência, efetuar o mesmo teste com o outro olho. A presença de alterações, como visão borrada, com linhas tortas ou mancha central no campo de visão, deve ser relatada em consulta ao oftalmologista.A questão do uso de medicamentos também é da maior relevância por causa dos efeitos colaterais. Em virtude da grande irrigação de sangue e da pouca massa de tecido, o olho é muito suscetível às substâncias presentes em remédios para controlar doenças crônicas. Alguns medicamentos podem afetar a córnea ou a produção de lágrimas, outros podem trazer danos à conjuntiva ou à pupila ou ainda aumentar a pressão intra-ocular.A doutora Marcela Cypel alerta: “a oftalmologia não pode ser vista como uma especialidade isolada. Mesmo os colírios utilizados para estabilizar o glaucoma têm efeitos colaterais que devem ser analisados de forma multidisciplinar com os outros especialistas que cuidam do idoso”.Se considerarmos uma trajetória de 80 anos, cerca de 20% dela teremos vivido na infância e 30% como idosos. É um período muito longo, que deve estar na agenda dos administradores da saúde pública. No entanto, somente com a mobilização da sociedade haverá oferta adequada de serviços oftalmológicos para todos.Teste para auto-exame com a Tela de Amsler: o paciente, usando suas lentes corretivas para perto e a uma distância de aproximadamente 37cm, olha para o ponto preto central da grade e procura linhas tortas, manchas ou áreas de apagamento pericentrais. Os olhos são testados individualmente. Se alterações forem notadas, o paciente deverá entrar em contato com o oftalmologista imediatamente.(A (A) Tela de Amsler normal(B a E) Tela de Amsler com alterações