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Bebês pintados a mão são de mentira, mas parecem de verdade

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(Foto: Divulgação)
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(Foto: Divulgação)
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(Foto: Divulgação)
Há dois anos a advogada Ana Picolini de Prado Golvea, de 41 anos, decidiu deixar a advocacia para se dedicar a outra área bem diferente daquela que lhe rendeu o diploma: a de fabricação de bonecos de bebês.A artista contou com a ajuda do pai, Artur do Prado, e da mãe, Regina Picollini, para transformar o sonho de fazer arte em realidade. Hoje, essa é a profissão dela. A técnica que Ana usa é conhecida em inglês como reborn e consiste em confeccionar bonecas com a aparência mais próxima possível de um bebê verdadeiro. Quem os vê, de longe ou de perto, pode facilmente acreditar que estão vivos.Até mesmo no colo, os bonecos tem peso semelhante ao de uma criança. Mas, claro, eles não se mexem.Com a facilidade da pintura herdada do pai, que também é artista plástico e ajuda a filha na confecção, Ana estava acostumada a pintar telas, quando, certo dia, decidiu que queria inovar. “As vendas começaram pela internet. Diante do aumento da procura, decidi que o momento era propício para abrir uma loja, já que transmite mais segurança e confiança ao cliente que tem interesse em comprar o produto”, destaca a artista.Segundo ela, o estabelecimento é o único espaço físico em Campo Grande especialista em bebê reborn. “Devem ter mais umas duas pessoas que vendem bonecos reborn pela internet, mas que tenha loja, desconheço”. Para pintar um bebê, Ana leva em média quatro dias, pois o serviço não é baseado apenas na pintura do rosto. Braços e pernas recebem camadas de tinta até ficarem da cor esperada. Além disso, os olhos, os cílios e a peruca são devidamente calculados para deixarem o bebê real. “Meu pai que faz essa parte de pintar o corpo, os retoques eu quem dou”.Em alguns casos a entrega pode demorar até um mês. “Quando tenho que encomendar os moldes, levo de 20 a 30 dias para entregar o boneco pronto, já que o produto é importado. Quando já tenho as peças em estoque, o prazo é bem menor, podendo levar até sete dias para entregar a encomenda”, completa Ana.Um bebê feito com produtos nacionais chega a custar R$ 930. O mesmo boneco, com material totalmente importado custa R$ 1,8 mil. “Uma escultora brasileira fez a réplica de um molde e vende como boneca em mercado. Eu pego a carcaça e reaproveito. Por isso essa boneca é mais barata”.Na compra do bebê reborn já está embutido no valor da mercadoria a mamadeira, a chupeta, a roupa de passeio, a escovinha e a fralda. “Ela vai completinha. A criança, ou quem estiver comprando, pode escolher o modelo da roupa de passeio e da chupeta, por exemplo”.Gabriela, Ana Clara, Thaís e Malu. Estes são alguns dos nomes escolhidos por Ana para identificar cada uma delas e poder oferecer o produto ao cliente. “A minha boneca mais famosa é a Thaís. As meninas se apaixonam por ela”. SOB ENCOMENDAOutra técnica que Ana faz é o bebê por aproximação. “A pessoa me manda a foto e começa a pesquisar algum molde mais parecido com o formato do rosto. Depois que escolhi, faço a encomenda. Assim que o molde chega eu pinto e coloco os traços mais parecidos com o bebê”.As épocas em que Ana recebe mais encomendas de bebê reborn são mês das crianças e natal.“Tem gente que dá presente de aniversário, de batismo e até bodas de prata de casamento”. O público-alvo são crianças de 3 a 11 anos, mas já fiz para pessoas de 19 e mais de 60 anos, por exemplo”.Na época do Natal a artista plástica chegou a vender 30 bonecas em um mês. As peças já foram vendidas também para Cuiabá e Rondonópolis. Já teve gente que procurou Ana para fazer o bebê por aproximação de um filho que morreu. “Tem histórias desse tipo, são poucas, mas tem, mas nunca cheguei a fazer, as próprias pessoas que pedem acabam desistindo”.Apesar de não ter filhos, Ana consegue transmitir através das mãos a delicadeza da expressão de um rosto de bebê que acabou de nascer. Ela garante ainda que, o fato de ter escolhido confeccionar bonecas, nada tem a ver com a maternidade. “As pessoas acham que pelo fato de eu não ter filho resolvi fazer bonecas. Mas não é isso, não tenho nenhuma boneca na minha casa. Quando descobri esse tipo de pintura até eu me surpreendi. Mas é uma arte, que se não fosse a pintura, seria apenas um pedaço de borracha”, explica Ana ao destacar que o melhor do trabalho dela é o reconhecimento de uma criança”.