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Campanha quer proteger frentistas da contaminação por benzeno em MS

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(Foto: Divulgação)
O Ministério Público do Trabalho (MPT) e donos de postos de combustíveis debatem como proteger funcionários da contaminação por benzeno, substância tóxica presente na composição da gasolina, conforme mostrou reportagem do Bom Dia MS desta terça-feira (7). A substância pode causar bronquite, edema pulmonar e até outras doenças se houver contato prolongado com o corpo humano.O benzeno traz preocupação para funcionários e empresários do setor. Em Mato Grosso do Sul, são cinco mil empregados do setor. Em 2011, um homem morreu por insuficiência hepática agravada pela intoxicação de benzeno. Ele trabalhou por 20 anos como frentista em Dourados, a 214 quilômetros de Campo Grande. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o líquido é classificado como produto cancerígeno que pode afetar também o cérebro e o fígado.Uma portaria do Ministério do Trabalho detalha a importância dos equipamentos de proteção individual. Na tarde de segunda-feira (6), representantes do MPT fizeram uma reunião com donos de postos de combustíveis em Campo Grande para discutir a forma que os empregados podem trabalhar com mais proteção.Na maioria dos postos da capital sul-mato-grossense, os frentistas não utilizam óculos de proteção. O frentista Hugo Henrique de Moraes afirmou que já precisou da proteção. “Já aconteceu de respingar muito e eu ter que lavar com água abundante”, relata.Luiz Carlos da Silva Aquino trabalha na área há 21 anos e desconfia de que algumas reações do corpo podem ser consequência do contato com substâncias tóxicas usadas nos combustíveis. “À noite mesmo, dói muito meu olho e só um lado. Aí eu fico com medo. Vou fazer um exame, um check-up completo para ver se é isso mesmo”, disse.De acordo com o supervisor técnico do Sindicato dos Postos de Combustíveis, Edson Lazarotto, algumas medidas foram adotadas para evitar o risco, uma delas é um vedador colocado na bomba de combustível. No lugar de luvas, os empresários oferecem um creme que, segundo Lazarotto, protege totalmente o trabalhador, desde que seja usado corretamente de quatro em quatro horas. “Ele isola totalmente o produto, que não entra na pele”, afirmou.Segundo a procuradora do Trabalho Simone Rezende, além de máscaras de proteção para os responsáveis pelo abastecimento direto do tanque da distribuidora, outra preocupação é com os uniformes. Segundo ela, a roupa deve ser higienizada. “O frentista não pode levar seu uniforme para casa, porque ele pode contaminar as outras pessoas da família”, alertou.Uma lei estadual que entrou em vigor há poucos dias determina que o veículo seja abastecido até o travamento automático de segurança da bomba de combustível. Assim evita que haja respingo do combustível no trabalhador.As fiscalizações começam dentro de dois meses e, em casos de irregularidades, o posto pode ser autuado e dependendo do caso poderá até ser multado de R$ 2 mil a R$ 6 mil.