Publicado em 25/10/2015 às 02:00,

Caso a caso: Igreja pode acolher divorciados

Redação, Assessoria
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(Foto: Divulgação)
O Sínodo de bispos sobre a família votou com ampla maioria um documento final com 94 parágrafos, que propõe, entre outras questões, a integração na Igreja dos divorciados que voltarem a se casar, após a análise de caso a caso.Sob a doutrina atual da Igreja, os divorciados não podem receber a comunhão, a menos que se abstenham de ter relações sexuais com seu novo parceiro, porque seu primeiro casamento ainda é válido aos olhos da Igreja e eles são vistos como vivendo em pecado do adultério.Documento também diz que gays não devem sofrer discriminação A única maneira para que esses católicos possa casar novamente é se receberem a anulação – decisão de que seu primeiro casamento nunca existiu em primeiro lugar por causa da falta de determinados pré-requisitos, como a maturidade psicológica ou livre arbítrio.Nos dois parágrafos dedicados a temas mais sensíveis, o consenso foi menor. O texto foi entregue ao papa Francisco, que o divulgou ao público imediatamente.Bispos de todo o mundo debruçaram-se ao longo de três semanas sobre o documento. O texto trata de uma postura mais misericordiosa e menos julgadora em torno de casais quee vivem juntos sem o matrimônio, além de homossexuais e católicos divorciados que voltaram a se casar no registro civil.Os mais conservadores resistiram em abrir qualquer brecha para determinar, por exemplo, se católicos que voltaram a se casar podem receber a Comunhão, que é proibida pela igreja. O documento abre as portas para exceções que serão analisadas individualmente.HomossexuaisO documento final do sínodo reafirmou os ensinamentos da Igreja de que os gays não devem sofrer discriminação na sociedade, mas também repetiu a posição de que não há qualquer fundamento para o casamento entre pessoas do mesmo sexo, que não pode nem mesmo remotamente ser comparado a uniões heterossexuais.O documento indica que a assembleia decidiu evitar uma linguagem abertamente controversa e buscar o consenso, a fim de evitar impasse sobre os temas mais sensíveis, deixando para o papa lidar com os detalhes.O sínodo é um órgão consultivo que não tem o poder de alterar a doutrina da Igreja. O papa, que é o árbitro final sobre qualquer alteração e que fez um apelo por uma Igreja mais misericordiosa e inclusiva, pode usar o material para escrever seu próprio documento, conhecido como uma exortação apostólica.Papa FranciscoApesar da concessão, o Papa Francisco defendeu a indissolubilidade do casamento, condenou o divórcio e reiterou que a família é composta por um homem e uma mulher ao inaugurar no último dia 4 de outubro, no Vaticano, o Sínodo de bispos.Em sua homilia, pronunciada durante a missa solene em São Pedro, diante de 400 cardeais e bispos de todo o mundo por ocasião do segundo sínodo sobre a família em um ano, o papa reconheceu que  a Igreja deve defender os valores tradicionais em um contexto social e matrimonial bastante difícil.