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CNA pede ao Governo revisão de análises de riscos do cacau africano

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(Foto: Divulgação)
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) solicitou ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a imediata revisão das Análises de Risco de Pragas do cacau de países que exportam este produto para o Brasil, entre os quais Costa do Marfim, Gana e Camarões, principais produtores mundiais da fruta. A preocupação da entidade é com o risco de disseminação de novas pragas na lavoura cacaueira, em um momento de recuperação da atividade.Em ofício encaminhado ao órgão, o presidente da Comissão Nacional de Fruticultura da CNA, Tom Prado, explica que a medida tem o objetivo de garantir a segurança fitossanitária das lavouras de cacau no país. Ele relata que, em 2012, foi identificada a presença de insetos vivos em uma carga de quatro mil toneladas de amêndoas de cacau vinda da Costa do Marfim, maior produtor e exportador mundial, que entrou no Brasil pelo Porto de Ilhéus, na Bahia.“Esse fato causou uma grande preocupação nos produtores”, lembra Tom Prado. Para o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Cacau e vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB), Guilherme Moura, a cacauicultura passa por um momento de retomada significativa de crescimento. Assim, a possível entrada de uma nova praga “botaria por terra todo o trabalho do setor”. Entre as pragas mais conhecidas que atingem a produção cacaueira, estão a monília, o broto inchado e a vassoura de bruxa, sendo que esta última afetou grande parte da produção no final da década de 80.“Essa recuperação é incontestável. O país hoje é autossuficiente na produção. Ainda que precisemos importar, isso deve ser feito na maneira mais segura possível”, ressalta. No ano passado, o país importou 35 mil toneladas de cacau pelo Regime Especial de Drawback, mecanismo que consiste na eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para industrialização de produtos visando à exportação. Segundo Moura, é incontestável a recuperação da atividade cacaueira, tanto na Bahia quanto no norte do país, principalmente no Pará e em Rondônia.Além da retomada do crescimento da atividade, Guilherme Moura destaca o novo perfil do cacaicultor, com foco empresarial e preocupado em agregar valor ao produto, visando à melhoria de renda de toda a cadeia produtiva. Uma prova deste trabalho é que hoje o chocolate brasileiro tem reconhecimento internacional e o país hoje é o terceiro maior consumidor mundial do produto derivado da fruta.