Com quase dois mil casos confirmados de covid confirmados em cinco dias, Mato Grosso do Sul apareceu em pesquisa da Fiocruz como um dos estados em potencial com tendência a crescimento de contaminados com a doença.O novo boletim InfoGripe da Fiocruz mostra que a Covid-19 já responde por 59,6% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com identificação viral nas últimas quatro semanas, mantendo tendência de aumento no país.Os dados mostram que os casos de síndromes respiratórias que evoluíram para óbito, 91% dos que tinham identificação viral testaram positivo para Covid.Os dados laboratoriais e por faixa etária mantém o alerta de que o cenário de crescimento atual é decorrente de aumento nos casos de Covid-19. No Rio Grande do Sul, em particular, tem se observado aumento também nos casos positivos para Influenza em diversas faixas etárias, destaca o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.Na lista de unidades federativas e capitais, Mato Grosso do Sul e Campo Grande aparecem com tendência de crescimento de contaminados pela doença a longo prazo. Das 27 UF, 20 estão com potencial de crescimento. E das capitais, 19 apresentam crescimento.Em relação às macrorregiões de saúde, 22 estão em nível pré-epidêmico, 13 em nível epidêmico, 65 em nível alto, 18 em nível muito alto e nenhuma macrorregião de saúde em nível extremamente alto.Casos de doenças de síndrome respiratória no BrasilEm nível nacional, o cenário atual aponta que os casos notificados de SRAG, independentemente de presença de febre, encontram-se com sinal forte de crescimento nas tendências de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas.Apenas oito unidades da Federação apresentam ao menos uma macrorregião de saúde com nível de casos semanais de SRAG considerado muito alto, somando um total de apenas 18 das 118 macrorregiões de saúde do país.No ano epidemiológico 2022 já foram notificados 147.683 casos de SRAG, sendo 72.197 (48,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 53.782 (36,4%) negativos, e ao menos 13.916 (9,4%) aguardando resultado laboratorial.Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, 5,2% são influenza A; 0,1%, influenza B; 8,8%, VSR; e 83,2%, Sars-CoV-2 (Covid-19).2 mil casos em cinco diasEm apenas cinco dias, Mato Grosso do Sul registrou 1.980 novos casos confirmados de Covid-19. O total é 384% maior do que a quantidade de casos novos registrados na semana passada em relação à anterior. Apesar do aumento de notificações, a SES-MS (Secretaria de Estado de Saúde) monitora uma nova onda da doença no Estado e diz que neste momento não é possível descartar ou confirmar que haverá uma nova onda.Em boletim no dia 24 de maio, Mato Grosso do Sul tinha 532.048 casos confirmados da doença. Painel do Ministério da Saúde revela que até o dia 29 de maio, o Estado havia um total de 534.028, aumento de 1.980 casos no intervalo de cinco dias. Média de 396 novos registros por dia.Em relação aos óbitos, os dados federais não mostraram nenhuma nova morte em relação ao boletim estadual da semana em questão. Desde o início da pandemia foram 10.565 mil mortes em Mato Grosso do Sul.Gerente técnica de Influenza e doenças respiratórias da SES-MS, Livia de Mello disse ao Jornal Midiamax que o aumento vem sendo monitorado pela secretaria nos 79 municípios do Estado e que desde a última semana de abril já se identificou um avanço da doença.“Os números mostram aumento de positividade, mas é importante destacar que não estamos em uma nova onda porque aumento de casos em uma ou duas semanas não representa tendência de nova onda”, explica.A gerente afirma que o período do outono, que derruba as temperaturas em meio a estiagem, e o aumento da testagem são os responsáveis por mais casos notificados no Estado.“Do final de abril até julho nós temos um período sazonal de aumento de circulação de todos os vírus respiratórios, incluindo a Covid-19. Precisamos estar atentos e manter todas as medidas de prevenção”.A secretaria orienta que todo morador com sintoma de doença respiratória procure a unidade de saúde mais próxima para se testar. A SES reforça que não há falta de testes no Estado.Mesmo com o aumento de notificações, a ocupação de leitos nos hospitais segue estável e isso, segundo os especialistas, demonstra que a maioria dos casos são leves. A menor gravidade dos casos é também consequência do avanço da vacinação no Estado. Do início da vacinação até agora, MS tem 5,7 milhões de doses aplicadas.