Publicado em 31/07/2020 às 03:00,

Correios corta benefícios e funcionários podem entrar em greve em agosto

Redação,
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(Foto: Divulgação)
Cerca de 1.400 funcionários dos Correios em Mato Grosso do Sul podem entrar em greve no mês de agosto após terem uma série de benefícios cortados.Com a paralisação, os trabalhadores querem impedir a estatal de cortar benefícios, como o adicional de férias de 70% e um tíquete alimentação de R$ 1 mil oferecido em dezembro, que não estão previstos na CLT.Em nota, o Correios informou que o acordo proposto aos trabalhadores partiu da necessidade de adequar os benefícios dos empregados à realidade financeira da estatal.A empresa pública citou que está seguindo orientação do governo federal, que recomenda que os Correios façam redução das concessões que extrapolam a legislação e oneram suas finanças.Por outro lado, a categoria não concordou com as mudanças e os 31 sindicatos que integram a principal federação de trabalhadores dos Correios aprovaram indicativo de greve. No dia 4 de agosto, assembleia nacional irá definir se haverá ou não a paralisação.A direção da estatal afirma que já tem um plano de contingência formulado para garantir a continuidade de suas atividades.Cortes e adequações à CLTUm dos pontos afetados pela proposta dos Correios é o corte no vale refeição. Segundo a estatal, o valor pago extrapola a jornada de trabalho, alcançando as férias e o recesso semanal. A medida poderia gerar economia de R$ 20 milhões mensais, segundo os Correios.Outra questão abordada no plano da estatal é a redução do pagamento de férias. Hoje, os funcionários recebem 2/3 de adicional ao salário, quando a CLT garante ao trabalhador 1/3 de incentivo no período de descanso.Se a proposta for aprovada, a licença maternidade que é de 180 dias, passaria para 120 dias como prevê a CLT. O período de amamentação, que hoje é de uma hora de intervalo em cada turno, seria de apenas 30 minutos.A proposta prevê ainda uma redução no adicional noturno de 60%. A direção da estatal quer a “manutenção do adicional noturno conforme legislação, no valor de 20% ao da hora diurna”.Outros benefícios também serão cortados, como o pagamento de multas dos funcionários e o vale cultura. A indenização por morte ou invalidez será igualmente excluída, junto com o transporte noturno.Assim, todas essas ações poupariam mais de R$ 600 milhões ao ano à empresa, que enfrente dificuldade financeira, agravada pela crise provocada pela pandemia do coronavírus.