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Do Corinthians ao canteiro de obra, zagueiro que virou servente tem nova chance

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(Foto: Divulgação)
O cimento, em breve será trocado pelos campos, de volta ao sonho. O jogador que chegou ao Corinthians e quando tinha tudo para decolar na carreira, sofreu golpe e se tornou pedreiro, ganhou uma segunda chance. Em outubro, o Lado B contou a história de Huliell. Depois a mãe do jogador, dona Ivanilde, tratou de espalhar para meio mundo do futebol. E foi assim que ele teve quatro convites e fechou no último, o time que o lançou ainda menino, aos 14 anos.Huliell tem data marcada para voltar ao 7 de Setembro, de Dourados. Nascido em Aral Moreira, ele é o caçula da família. O garoto que, como vários que tentam seguir o caminho das chuteiras, deixou a casa dos pais de 13 para 14 anos em busca do sonho. Passou pelo 7 de Dourados, Mirassol, no interior de São Paulo e foi levado por olheiros ao Corinthians, onde jogou na categoria de base e assinou o primeiro contrato profissional, aos 16 anos.Na bagagem, vários campeonatos disputados e uma grande frustração. Do Corinthians, foi emprestado para um time do mesmo nome só que de Maceió e quando surgiu a chance de voltar a jogar em São Paulo, só descobriu que era um golpe ao tentar embarcar para o Oeste. Até a passagem era falsa.A trajetória dele dos campos foi dos 13 até os 20. Nos últimos dois anos, Huliell ficou afastado. Depois do golpe, ele não tinha dinheiro para tentar de novo e nem a família poderia custear. Foi aí que voltou e ainda tentou o futebol por aqui, mas só conseguiu emprego mesmo como servente de obras em construções. Trabalho que exerceu durante um ano.Da época em que Huliell jogou no Corinthians. Dos tempos de CRB. Nosso primeiro contato com o jogador foi num canteiro de obras próximo ao Shopping Campo Grande, mas hoje a conversa tem outro tom. Muito mais animada e esperançosa. Fechei, está tudo certo. Fui contratado por eles, comemora Huliell Kuskoski de Oliveira, de 22 anos. E as próximas frases soam com gratidão à mãe. Ela achou o Facebook do presidente do clube e foi falar com ele, mostrou a matéria e ele pediu meu contato, narra. A negociação vinha sendo travada no último mês. Antes da resposta do clube, Ivanilde contou ao filho que tinha saído espalhando a história e a vontade dele de voltar a jogar para todo futebol do País. Muita gente queria dinheiro. Uns até falaram de levá-lo para fora, mas pediam dinheiro e a gente não tinha. Ele saiu tão novo de casa e a gente torce tanto por ele, conta a mãe.Ivanilde tem 52 anos, é dona de casa, e sempre acompanhou o filho pela televisão e noticiários. Aí eu saí mandando. Ele demorou a responder, até se desculpou e pediu o contato dele. Meu filho não estava mais aguentando, ansioso, com vontade de jogar e a gente queria tanto que desse certo para ele, se justifica. Como se precisasse.Foto de um dos jogos transmitidos na TV. Imagem que diz o quão perto Huliell chegou.Antes do 7 entrar em contato, um time de São Paulo procurou o jogador, outro do Sergipe e até um da Capital. Mas os outros só ficaram na conversa e eles me procuraram para disputar e não deixa de ser uma vitrine, tem estadual, Copa do Brasil, série D, além de ter sido de onde eu saí, argumenta sobre a escolha.Depois do tombo, ele vê a oportunidade como segunda e última chance. É um recomeço na minha carreira e não posso perder. Eu sempre quis voltar e agora só depende de mim e de mais ninguém, acredita.No 7, o jogador se apresenta dia 3 de janeiro. Mas a vontade era de já estar treinando lá desde agora. Só não fui porque o CT está fechado. Sobre o trabalho nas obras, Huliell agradece o tempo que passou, mas logo que os primeiros convites apareceram, ele já deixou a profissão para trás para voltar a ser zagueiro.