Os preços internos da soja se descolam dos da Bolsa de Chicago -praça formadora dos preços internacionais dos grãos- e continuam subindo, mesmo com a queda naquela Bolsa.Daniele Siqueira, analista da AgRural, diz que, apesar da queda em Chicago, a alta do dólar faz os negócios rolarem no Brasil.Siqueira diz que o mercado brasileiro primeiro foi favorecido pela alta de preços em Chicago, que perdurou de meados de junho a meados de julho. Essa alta foi provocada pelo clima nos Estados Unidos e pela redução dos estoques norte-americanos de soja.Quando os preços começaram a cair na Bolsa de Chicago, a alta interna foi mantida devido à depreciação do real. O primeiro contrato da soja recuou de US$ 10,25 por bushel (27,2 quilos) no dia 15 deste mês para US$ 9,83 nesta quarta-feira (29). A queda foi de 4%.Nesse mesmo período, as saca de soja subiu de R$ 66 para R$ 70 em Cascavel (PR de R$ 62 para R$ 64 em Rio Verde (GO e de R$ 55,50 para R$ 58 em Sorriso (MT). No porto de Paranaguá, importante saída do produto para o mercado externo, a saca de soja subiu de R$ 71 para R$ 76. Com essa evolução positiva dos preços, os produtores aceleraram as vendas da oleaginosa. Em maio, conforme dados da AgRural, as vendas de soja da safra 2015/16 somavam 6% do total que deve ser produzido.No final de junho, as vendas já atingiam 17%, e os dados deste mês, ainda não disponíveis, deverão apresentar nova aceleração, segundo Siqueira.O produtor ganha nos preços de parte dos grãos que comercializa, mas, como ocorre com os demais setores da economia, vai sentir no bolso a elevação dos custos. Essa elevação virá também como efeito do próprio dólar, já que boa parte dos insumos é importada.
Dólar alto compensa queda em Chicago, e commodities sobem no Brasil
Redação, Assessoria/ Folha de São Paulo
31/07/2015 às 03:00 •