A ação faz parte da campanha Novembro Roxo e tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância dos cuidados pré-natais para diminuição da prematuridade.Como forma de chamar a atenção para o tema da prematuridade, profissionais da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) do Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados (HU-UFGD) produziram um ensaio fotográfico muito especial, no qual os protagonistas são pequeninos heróis e heroínas.Vestidos com mini capas de super-heróis, confeccionadas exclusivamente para eles, os bebês internados nas duas unidades participaram, na última semana, de uma sessão de fotos, simbolizando sua força na precoce luta pela vida.A iniciativa foi inspirada em ações similares realizadas em diversos hospitais por todo o mundo, que também tentam, de forma lúdica, inserir na sociedade o debate sobre o aumento de nascimentos prematuros. Dados de 2012, dão conta de que aproximadamente 15 milhões de crianças nascem antes do tempo.O ensaio foi feito com autorização dos pais e teve a colaboração voluntária do fotógrafo douradense Henrique Barrios. A produção foi realizada por integrantes das equipes multiprofissionais que atuam nos plantões das duas unidades, em conformidade com o estado de saúde de cada bebê. Os pais, por sua vez, puderam acompanhar a atividade e compor as imagens, sendo presenteados pelo grupo com a versão impressa das fotografias.PrevençãoPara prevenir o parto prematuro e suas consequências à saúde do bebê, a médica intensivista da UTI Neonatal do HU-UFGD, Silvete do Rocio Silva, explica que é importante realizar um pré-natal muito bem feito, com todos os exames e acompanhamentos. “O ideal seria uma gravidez planejada, ver se está tudo bem com os pais, se nenhum dos dois tem algum tipo de doença. No entanto, o pré-natal já evita muitos casos de prematuridade”, afirma.Ela alerta que muitas mães não fazem os procedimentos pré-natais e que a situação se agrava com a falta de especialistas nas unidades básicas de saúde. A consequência disso é o nascimento de crianças com uma infinidade de problemas que vão desde doenças crônicas a paralisia cerebral, atrasos no desenvolvimento psicomotor, doenças psiquiátricas, entre outras enfermidades. “Os problemas respiratórios são bastante frequentes, mas outros quadros mais graves, neurológicos, também não são raros”, diz.Para ela, a prematuridade no Brasil é uma questão de saúde pública, pois o aumento dos casos é absurdo, assim como a elevação do número de doenças relacionadas e, até mesmo, a quantidade de mortes maternas. “Embora oficialmente não seja classificada como problema de saúde pública, eu considero que a prematuridade não é um ‘estado’, mas, sim, uma doença grave”, conclui.Novembro RoxoO mês de novembro é considerado o “mês da prematuridade” em função de uma história real: após a morte de seus trigêmeos prematuros, um cidadão europeu decidiu auxiliar na criação da European Foundation for the Care of Newborn Infants (EFCNI), um grupo de pais de crianças prematuras, na Itália. Quando teve uma filha, numa segunda gestação da esposa, estabeleceu a data de 17 de novembro, dia do nascimento da menina, como o Dia Mundial da Prematuridade, data seguida por outras entidades que lutam pela causa ao redor do mundo.A cor roxa é usada como símbolo por representar sensibilidade e individualidade, características peculiares aos bebês prematuros. Também simboliza a transmutação, ou seja, a arte de transformar algo em outra coisa, como dor em amor, fé e força.No Brasil, o site www.prematuridade.com , mantido pela Associação Brasileira de Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros, reúne diversas informações e ações interessantes sobre o tema, além de histórias reais de famílias que passaram pela situação.