Treze réus são investigados nessa ação penal Todas as defesas dos 13 réus do processo da Lava Jato que investiga o sítio em Atibaia devem apresentar as alegações finais no sistema eletrônico da Justiça Federal do Paraná nesta segunda-feira (7).As alegações são a última etapa do processo antes da sentença. O prazo para as defesas dos réus encerra às 23h59 desta segunda. O Ministério Público Federal (MPF) já apresentou o documento no dia 11 de dezembro do ano passado.Os procuradores pediram que os réus percam os bens ou valores obtidos através dos crimes, e a reparação dos danos em favor da Petrobras no valor de R$ 155 milhões.Nessa ação, o ex-presidente Lula é acusado de ter recebido propina por meio da reforma da propriedade. Ele nega que seja dono do sítio. *Veja quais réus já se manifestaram no processo*Léo Pinheiro - ex-presidente da OASOs advogados de Pinheiro reafirmaram que as reformas no sítio feitas pela OAS foram a pedido e seguindo as determinações de Lula. Os advogados também disseram que o dinheiro foi descontado da conta corrente de propina da empresa com o PT.Os procuradores pediram que os réus percam os bens ou valores obtidos através dos crimes, e a reparação dos danos em favor da Petrobras no valor de R$ 155 milhões.Os advogados disseram ainda que Léo Pinheiro está colaborando com a Justiça e pediram que sejam aplicados os benefícios dessa colaboração.Roberto Teixeira – advogadoTeixeira é acusado de ter aconselhado ex-executivos da Odebrecht, numa reunião, a firmar um contrato fictício para esconder que a Odebrecht fazia obras no sítio.A defesa confirma que houve a reunião, mas afirma que Teixeira fez apenas uma consultoria como advogado e que não há provas de conduta criminosa. Os advogados sustentam que as palavras dos delatores, sozinhas, não servem como prova.A defesa ainda declarou que Teixeira e Lula são amigos, mas que isso não significa que o advogado tenha cometido crimes. E que a força-tarefa da Lava Jato está querendo incriminá-lo por proximidade, como se a amizade já significasse participação em ilicitudes.Emyr Diniz Costa Junior - ex-engenheiro da OdebrechtA defesa do ex- engenheiro da Odebrecht Emyr Diniz Costa Junior apresentou as alegações pela manhã.Os advogados pediram a absolvição do cliente e afirmaram a a relevância dos esclarecimentos prestados pelo denunciado como colaborador e os dados de corroboração apresentados, a efetividade de sua colaboração deve ser avaliada de forma extremamente positiva para a concessão do perdão judicial.Paulo Gordilho - ex-engenheiro da OASNo documento, a defesa de Gordilho alega que seu cliente é inocente. Segundo os advogados, Paulo Gordilho, que era diretor técnico da OAS, foi designado para o projeto porque era o mais preparado. Eles afirmam também que ele não sabia da origem do dinheiro e apenas cumpriu as ordens dadas por Léo Pinheiro.Nesta ação, Gordilho é acusado de lavagem de dinheiro. As investigações apontam que ele foi ao sítio de Atibaia junto com Lula e Léo Pinheiro e fez um esboço para a reforma da cozinha. Esse esboço foi aprovado por Lula e pela falecida Marisa.José Carlos Bumlai – pecuaristaA defesa de Bumlai nega os crimes a ele imputados e pede absolvição do pecuarista por falta de provas.Neste processo, Bumlai é acusado de dissimulação e ocultação da origem e da movimentação de R$ 150.500,00 (cento e cinquenta mil e quinhentos reais), por meio da realização de reformas estruturais e de acabamento no Sítio de Atibaia, em benefício de Lula.Emilio Odebrecht - ex-presidente do Conselho de Administração do Grupo OdebrechtA defesa voltou a afirmar que Emilio e Lula eram próximos e que ele autorizou as obras no sítio depois de ter sido procurado por Alexandrino Alencar.Os advogados também reafirmaram que Emilio Odebrecht chegou a pedir que a obra fosse o mais discreta possível para resguardar a imagem do grupo Odebrecht.Neste processo, Emílio é acusado de lavagem de dinheiro por ter dissimulado e ocultado “a origem, a movimentação, a disposição e a propriedade de aproximadamente R$ 700 mil, provenientes dos crimes de cartel, fraude à licitação e corrupção praticados pela Odebrecht em detrimento da Petrobras.Agenor Franklin MedeirosOs advogados reforçaram que seu cliente vem colaborando com a Justiça espontaneamente e que busca celebrar um acordo de delação premiada com o MPF há três anos. Eles disseram que em seu interrogatório, Agenor contou em detalhes a sua participação nos fatos criminosos.A defesa disse ainda que caso a juíza entenda que não é o caso de absolvição, deve reconhecer a extinção de punibilidade do acusado pelos três crimes de crimes de corrupção ativa capitulados na denúncia.Alexandrino Alencar - ex-executivo da OdebrechtOs advogados pediram para que sejam utilizadas em seu favor todas as provas trazidas aos autos, inclusive aquelas que compõem o acordo de colaboração premiada de seu cliente e que sejam confirmados na sentença os crimes descritos na inicial acusatória que restaram corroborados na instrução processual e confessados pelo acusado.Nesse processo, Alexandrino é acusado do crime de lavagem de dinheiro.A denúnciaA acusação trata do pagamento de propina de pelo menos R$ 128 milhões pela Odebrecht e de outros R$ 27 milhões por parte da OAS.Conforme a denúncia, Lula foi beneficiado com parte desse dinheiro, por meio de obras realizadas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cuja escritura está no nome de Fernando Bittar, mas que o MPF defende que pertence, na verdade, ao ex-presidente.As obras, conforme a denúncia, serviram para adequar o imóvel às necessidades de Lula. Segundo o MPF, a Odebrecht e a OAS custearam R$ 850 mil em reformas na propriedade.O MPF diz que Lula ajudou as empreiteiras ao manter nos cargos os ex-executivos da Petrobras Renato Duque, Paulo Roberto Costa, Jorge Zelada, Nestor Cerveró e Pedro Barusco, que comandaram boa parte dos esquemas fraudulentos entre empreiteiras e a estatal, descobertos pela Lava Jato.