A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), está estudando desde 2010, um tratamento contra a dengue através de plantas encontradas na Capital. A pesquisa tem base no Estado, no entanto, conta com colaboradores do Rio de Janeiro, Rondônia, Maringá e outros Estados.Coordenadora do projeto, Tereza guerreiro desenvolve o medicamento desde 2010 e não há previsão de terminar Conforme a pesquisadora e coordenadora do projeto, Ana Tereza Guerreiro, o projeto começou na fundação há quase sete anos, com 10 plantas do cerrado pantaneiro sendo estudadas. Atualmente, a pesquisa segue em rede de colaboradores e estuda três destas, com grande potencial antiviral (para tratar o vírus já alojado ou como um imunorregulatório) ou como um imunorregulatório (pode atuar nos efeitos das infecções).“Estas três nos deram um resultado muito satisfatório, tanto no efeito farmacológico, que são os benefícios que ela traz, quanto na segurança das células, não matando, nem dando um efeito colateral”, explicou a pesquisadora.Segundo o experimento, ainda não se sabe qual das duas alternativas ou se as duas poderão ser desenvolvidas através das plantas, no entanto já se sabe que ela também reagiu de forma positiva contra a Chikungunya e a Mayaro, outro vírus transmitido pelo Aedes aegypti. A planta ainda apresentou inibição de 90% da replicação viral. Tanto a dengue, quanto a chikungunya e a mayaro, são vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti e tem sintomas muito parecidos.Até o final do ano que vem, medicamento desenvolvido será testado em animaisO médico infectologista, Maurício Pompílio, explicou que a dengue é uma doença aguda, que dura no máximo uma semana e os sintomas são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações e manchas avermelhadas. Já a febre Mayaro, é ocasional e causa mal estar, febre, dores articulares, assim como a dengue, porém, não há uma média de tempo da infecção podendo voltar após melhora e causar dores por meses.“Apesar dos sintomas parecidos, a Chikungunya, causa uma dor incapacitante nas articulações, dificultando a movimentação da vítima e inchaço, além de febre alta. A febre não costuma passar de uma semana, mas as dores podem durar semanas, meses e nós temos registro de até um ano”, conclui o médico.Até o momento, a pesquisa estava sendo feita em células, agora, a espera é para que até o final do ano que vem, ela tenha avançado o bastante para então ser testada em animais. “Nós esperamos este tempo para começar os experimentos em animais e depois em seres humanos, mas não temos como prever e a caminhada é longa, geralmente uma pesquisa desse tipo para ser concretizada demora em média 15 anos”, pontuou Ana.“Nosso objetivo é disponibilizar um produto eficaz contra essas infecções no SUS (Sistema Único de Saúde), para que todos possam ser tratados”, concluiu a coordenadora do projeto.Mais de 3 mil casos de dengue foram notificados no Estado em 2017A SES (Secretaria Estadual de Saúde), divulgou em seu último boletim epidemiológico, que Mato Grosso do Sul já teve mais de 3 mil casos registrados por dengue. De chikungunya, mais de 200 e nenhum caso registrado sobre a febre Mayaro.Conforme o boletim, o número é de janeiro até junho. Só na Capital, foram 1.242 casos notificados, o que a coloca na faixa de média incidência. Já cidades como Três Lagoas, Bonito e Corumbá, estão na faixa de alta incidência do vírus.Já o boletim da chikungunya, informou que, no mesmo período, 218 casos foram registrados no Estado. Uma média de 10 casos por dia, destes 23 foram confirmados.
Fiocruz analisa planta da capital para tratar dengue e chikungunya
Redação,
07/07/2017 às 03:00 •