Frentistas de Mato Grosso do Sul e de todo Brasil estão preocupados com a proposta de reforma da Previdência Social que está na Câmara dos Deputados para aprovação. Da maneira como propõe o Governo, de acabar com as aposentadorias especiais como a dessa categoria e dos demais funcionários de postos de combustíveis, eles poderão ficar mais tempo expostos aos componentes dos combustíveis, como o benzeno, que é altamente cancerígeno, além de provocar também outras doenças graves até para consumidores.O alerta é do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo de Mato Grosso do Sul – Sinpospetro/MS, que aproveitou o mês passado, o “Abril Verde” que desencadeou em todo país uma campanha para evitar acidentes de trabalho, para divulgar sobre os perigos que rondam os postos de combustíveis em todo Estado.“Nossos deputados federais e senadores precisam se conscientizar que categorias como as nossas precisam sim de uma aposentadoria especial como ocorre hoje, com 25 anos de trabalho no setor. Mais que isso as pessoas ficam mais fadadas a contrair doenças como câncer de diversos tipos, por conta dos componentes químicos dos combustíveis, especialmente o benzeno, que é o mais maligno de todos eles e que as autoridades de saúde do Governo sabem muito bem sobre seus efeitos no corpo humano, mesmo no simples ato de abastecer um veículo ou de trabalhar dentro de uma área que faz esse serviço”, explica José Hélio da Silva, presidente do Sinpospetro/MS.O diretor Gilson Sá, que atua na região da Grande Dourados, disse que o sindicato desenvolve há alguns anos a campanha de alerta sobre “Os perigos do benzeno” e insiste também, junto aos empresários do setor, para que cumpram com as normas de segurança estabelecidas e amparadas por leis federais. “Existem normas rígidas que obrigam os postos a fornecerem todo material de segurança dos funcionários de postos de combustíveis e obriga as empresas até mesmo a lavar os uniformes, já que esse serviço não pode ser feito em casa por conta de possível contaminação de crianças e outros membros da família”, explica o diretor.José Hélio da Silva lembrou inclusive da lei estadual a de número 4.574 de 24/09/2014, que dispõe sobre a condição de abastecimento de veículos automotores, proibindo abastecimento após acionado a trava automática de segurança das bombas. “Essa medida é para evitar a contaminação do frentista e até mesmo do consumidor”, explica o presidente do Sinpospetro/MS.Diante do exposto, a diretoria do sindicato espera que os parlamentares votem sim pela aposentadoria especial de frentistas e funcionários de postos de combustíveis, dentro dessa proposta de reforma da Previdência que estão apreciando. “Não podemos retroceder, uma vez que a aposentadoria depois de 25 anos de trabalho foi uma conquista depois de muitos anos de luta e às custas também de muita doença e até mortes de funcionários por conta da contaminação com os componentes químicos da gasolina, álcool e diesel”, apelou Gilson Sá.
Frentistas de MS correm risco de câncer nos postos
Redação, Sinpospetro
15/05/2019 às 03:00 •