Apesar da pressão do setor comercial, o Governo de Mato Grosso do Sul manteve o Decreto nº 15.638, que institui medidas restritivas para evitar a proliferação do coronavírus no Estado. As determinações valem até 4 de abril e são necessárias por causa do aumento de casos confirmados, mortes e falta de vagas nos hospitais.Os secretários estaduais Sérgio Murilo Nascimento Mota (Governo e Gestão Estratégica) e Geraldo Resende (Saúde) e o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, receberam representantes do comércio varejista nesta segunda-feira (29), no auditório da governadoria.Durante a reunião que contou com medidas de distanciamento, Geraldo Resende explicou que a administração estadual continuará seguindo os protocolos e tomando as decisões de acordo com a situação epidemiológica indicada pelo comitê Prosseguir.“As medidas são discutidas com todos os secretários dentro do Prosseguir. Nós não vamos ter diferenciação entre municípios com igual situação epidemiológica, independente do tamanho da cidade. A média de óbitos em Mato Grosso do Sul passou de 50 por dia. E a taxa de contágio subiu para 1,07. Nós nunca culpamos o comércio, mas o momento é de ter paciência para preservar vidas”.Sergio Murilo disse entender e considerar naturais as manifestações contrárias. “É um processo democrático. Não nos sentimos hostilizados. O decreto criou uma demanda, mas o momento exige medidas duras”, declarou. Já o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, afirmou que ainda vai conversar sobre o assunto com o governador Reinaldo Azambuja.O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Adelaido Vila, e a presidente da federação do setor varejista (FCDL), Inês Santiago, argumentaram que todas as medidas de biossegurança são seguidas pelo segmento, como distanciamento social, limitação de entrada de pessoas, uso de máscaras e higienização preventiva e adequada.A reunião também contou com a participação dos secretários-adjuntos de Saúde, Christine Maymone, e de Governo, Flávio César, com a consultora legislativa, Ana Carolina Ali Garcia, e com o secretário municipal de Governo, Antônio Lacerda.Atividades e funcionamento de serviços e empreendimentos em todo o Estado estão proibidos até 4 de abril, salvo algumas exceções. E mesmo as atividades autorizadas deverão seguir regras, incluindo horário de funcionamento. A circulação de pessoas e veículos está proibida das 20 às 5 horas, de segunda a sexta-feira; e das 16 às 5 horas, aos sábados e domingos. Nesse horário podem operar apenas alguns serviços essenciais, como fornecimento de alimentos e medicamentos por delivery.