O Ministério da Saúde lançou hoje (1º) o curso de formação de multiplicadores em urgências e emergências em saúde mental. O objetivo é capacitar todas a unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) com orientações técnicas sobre condutas humanizadas e terapêuticas, oferecendo “uma assistência cada vez mais adequada para os pacientes em sofrimento psíquico”.O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que, nos últimos anos, a pasta investiu mais de R$ 1,5 bilhão na abertura de novos serviços de atenção e promoção à saúde mental e mais de R$ 99 milhões na qualificação de profissionais de saúde.Para ele, o ambiente da pandemia de covid-19 agravou os problemas relacionados à saúde mental, que são prioridade no governo. “Temos uma quarta onda que é caracterizada pelo impacto à saúde mental das pessoas, inclusive dos profissionais de saúde que, há um ano e meio nessa pandemia, já se encontram em situação de esgotamento”, disse durante cerimônia no Ministério da Saúde, em Brasília. O evento contou também com a presença da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, e outras autoridades.O curso foi preparado com auxílio dos profissionais do Samu do Distrito Federal, que conta, desde 2016, com um Núcleo de Saúde Mental para atender exclusivamente demandas relacionadas a transtornos psicológicos, como depressão e crises de ansiedade. A equipe atua tanto de forma presencial, em ambulância, como a distância, pelo telefone do Samu, o 192.“A partir de agora, doentes mentais em crise receberão atendimento digno, qualificado. Não teremos mais doentes mentais no Brasil sendo socorridos como criminosos, sendo amarrados, sendo conduzidos para unidade de saúde sem que os profissionais que também recebem esses doentes ofereçam o atendimento técnico adequado. Isso é humanização, isso é humanidade”, disse a secretária de Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro.A capacitação integra as ações do comitê gestor da Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio ,estabelecida em 2019, e foi lançada no âmbito do Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio.De acordo com Mayra, o Brasil está entre os 14 países que tem taxas crescentes de suicídio no mundo, são cerca de 12 mil pessoas por ano. “Há um consenso científico que diz que pessoas que tentam suicídio, durante os últimos 12 meses que antecederam esse desejo, elas procuraram uma unidade de saúde e isso aumenta a responsabilidade enquanto gestores”, disse.Até o final do ano, o governo também quer implantar o serviço de teleapoio emocional, no número 196, informou.