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Instituto Federal do Rio produz álcool em gel e espera autorização da Anvisa para distribuição

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(Foto: Divulgação)
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Fabricação de álcool em gel e líquido por profissionais do (IFRJ), em Realengo Foto: Luiza Moraes No momento em que a pandemia do novo coronavírus aumenta o número de infectados e já foi confirmada a primeira morte no Estado do Rio de Janeiro, uma universidade usa seus laboratórios para criar um produto que ajuda a prevenir o contágio do covid-19. Desde esta quarta-feira, 18, o Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) começou a produzir álcool em gel 70% e líquido em cinco dos 15 campi espalhados pelo estado. No primeiro momento, professores de química, biotecnologia e farmácia uniram forças para criar produtos para uso interno, mas a ideia é que frascos sejam criados para distribuição gratuita.Na prática, a distribuição aos que não têm acesso ao produto tão indispensável depende de uma autorização da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), responsável por fiscalizar e regulamentar tudo que é produzido em relação ao álcool em gel. O consumo do produto no Rio de Janeiro tem deixado prateleiras de supermercados, farmácias e outros estabelecimentos vazias.– A ideia inicial é para consumo interno devido a falta do produto no mercado, para assepsia dos ambientes. A distribuição só é possível com a autorização da Anvisa. Já enviamos um ofício ao presidente da agência, já temos um químico registrado responsável pela produção. Só no aguardo pela resposta da Anvisa para dar continuidade – diz o reitor da IFRJ, Rafael Almada.Em nota, a Anvisa informou que já está dando prioridade para todos os pedidos de fabricação de insumos utilizados para a estratégia contra o Covid-19. A agência disse, ainda, que estão analisando com prioridade todos os pedidos deste tipo. Na quarta-feira, foi autorizado que as farmácias de manipulação também façam a produção de álcool gel para atender as demandas do consumidor.Perigo no álcool em gel caseiroAinda não se pode mensurar qual a quantidade que será produzida nas unidades. Rafael Almada explica que sete gramas de Cabopol – polímero usada para dar o aspecto gelatinoso ao produto – por gerar quase um litro de álcool. Se você tem um quilo de cabopol, pode gerar até 285 litros de álcool em gel, que ainda precisa de álcool líquido para chegar na concentração 70% v/v para ser criada a mistura.– Uma quantidade tão pequena pode gerar uma larga produção. Hoje, dá para produzir 300 frascos para consumo interno. Mas com a ideia da distribuição em massa, esse número será maior – diz o reitor.Professores do IFRJ trabalham para criar álcool em gel e líquido no Rio Foto: Luiza Moraes Almada, que também é presidente do Conselho Regional de Química da 3ª Região (CFQ-III) deixa claro que as pessoas não podem produzir um álcool em gel caseiro. A receita caseira para reproduzir o frasco não funciona e ainda pode ser perigosa. O vírus é desconhecido e o uso inadequado do álcool pode deixar de ser uma arma de proteção e causar efeito contrário, como a potencialização infecções, alergias e erupções cutâneas.– Não recomendo ninguém a fazer em casa. A pessoa que não tem conhecimento não deve se aventurar em algo que não sabe. Primeiro, a pessoa precisa ter conhecimento para produzir o álcool, saber o fator de assepsia e não criar a falsa sensação de que fará efeito. Outro fator é a mistura, que pode atacar a pele se não tiver o valor do pH controlado – diz.