O desespero de uma mãe que não tem a certeza de tratamento para seu filho de apenas dois anos se reflete em lágrimas na última tentativa de conseguir seu direito. A dona de casa Mônica Bessa, 28, pede ajuda para o tratamento de uma doença rara de seu filho com a saúde tão frágil. A família mora no bairro Zé Pereira –região oeste de Campo Grande.João Lucas Garcete Bervig foi diagnosticado com miopatia metabólica, que são enfermidades que afetam exclusivamente o músculo esquelético. Ele, no caso com problemas no tórax e na coluna cervical, conseguiu na Justiça uma liminar para o serviço home care, que é o tratamento domiciliar com enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, médico e fonoaudiólogo por tempo vitalício.No entanto, após um ano recebendo o serviço, João corre o risco de perder os cuidados que recebe por 24 horas e que são essenciais para sua vida. No laudo feito para que João conseguisse a determinação judicial está bem especificado seu risco de morte. O contrato venceu ontem (14) e ainda não tem previsão para ser renovado.“Eu ligo o dia inteiro, vou quase todos os dias na Sesau [Secretaria Municipal de Saúde Pública], falo com várias pessoas, mas só me disseram que o contrato está autorizado desde o mês passado, porém, eles não liberam a carta de empenho e sem isso não tem como continuar o tratamento”, conta Mônica.A mãe se desespera ao lembrar que mesmo com todo o cuidado em tempo integral, de vários profissionais, João tem histórico de várias internações, inclusive, ele teria ficado internado durante um mês há poucos dias no CTI (Centro de Tratamento Intensivo). “Ele é muito frágil, tudo nele é potencializado, se com tratamento tem dia que ele está muito ruim, imagina sem”, lamentou a mãe. Além de não conseguir sustentar o próprio corpo, ele tem sérios problemas respiratórios e por isso precisa de atendimento especializado 24 horas por dia.Custo do tratamento é de R$ 28 mil por mês; prazo termina na 2ª-feiraSegundo Mônica, são R$ 28 mil por mês pagos a KZT Serviços Médicos de Atenção Domiciliar, e que mesmo sem nenhuma certeza de pagamento, a empresa deu até a segunda-feira (18) para que tudo se resolvesse sem interromper o tratamento de João Lucas. Mônica disse ainda que a Sesau queria trocar a empresa que presta serviço, mas que isso seria muito difícil, pois João já está acostumado com os profissionais e ter que começar tudo de novo seria ruim para a criança.“É uma luta diária, mas eu vou continuar, eu não estou pedindo. É um direito do meu filho, eu lutei por isso e vou continuar. É difícil para um pai dizer isso, mas segundo os médicos, o João não tem muitos anos de vida e esse tratamento prolonga essa data”, disse o pai, Marlon Jamil Bervig, 26.Procurada pela equipe de reportagem, a assessoria de comunicação da Sesau informou apenas que responderá hoje os questionamentos.