Publicado em 06/11/2014 às 02:00,

Livro reúne perfis de escritores do Estado de diversas áreas, como poesia, conto e romance

Redação, Correio do Estado
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(Foto: Divulgação)
J.Barbosa Rodrigues tem sua trajetória contada no livro  Depois de registrar o que vem sendo feito na dança, no teatro, no artesanato e nas artes plásticas, a série “Vozes” lança um volume dedicado aos escritores de Mato Grosso do Sul. Com o título “Vozes da Literatura”, o livro – que foi lançado hoje (6), no auditório da Governadoria – reúne 41 perfis de autores em atividade, além de nove homenagens póstumas. A noção de literatura é tomada com liberdade, naquilo que a professora doutora Albana Xavier Nogueira pontua como uma palavra de alto grau polissêmico. Deste modo, o que se lê na obra são perfis de romancistas, contistas, cronistas e poetas, mas também memorialistas, jornalistas, historiadores e pesquisadores. “Esta nova concepção do fazer literário que norteou a organização desta obra, que congrega não só os autores sul-mato-grossenses que se dedicam à literatura de ficção, mas também aqueles que optaram por utilizar linguagens pertinentes para comprovar ou rememorar fatos ocorridos e produzir saber histórico, sem se preocupar em transcender a realidade”, escreve a pesquisadora na apresentação da obra.Assim se justifica uma obra de literatura que traz nomes como o de Raquel Naveira, Manoel de Barros, Theresa Hilcar, Edgar Nolasco, Hildebrando Campestrini e o fundador do Correio do Estado, José Barbosa Rodrigues, entre outros. “A escolha de nomes para compor uma obra que tem páginas limitadas é dificílima. Com certeza, é um desafio que temos de resolver sempre que começamos a nos planejar”, considera Américo Calheiros, presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.Ainda na apresentação escrita por Albana, é possível perceber o percurso da literatura pela região que viria a se tornar Mato Grosso do Sul. Relatos de viajantes e desbravadores foram os primeiros a constituírem o “cânone” literário, que atualmente é formado de maneira polifônica com estilos dos mais variados. A escritora ainda ressalta o papel de editoras como a da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, a Lei Estadual de Incentivo à Cultura e o Fundo de Investimentos Culturais (FIC/MS). As associações como a Academia Sul-Mato-Grossense de Letras  e a União Brasileira de Escritores também são citadas, tendo em vista a importância de cada uma destas.Apesar desta visão holística da literatura, Américo ressalta que foi considerada a possibilidade de realização do livro apenas com perfis de escritores e poetas. “No entanto, deixaríamos nomes essenciais de fora e não teríamos tempo hábil para outros trabalhos”, comenta.CINCO VOLUMESA série “Vozes” surgiu de maneira tímida. A dança foi a primeira escolhida para figurar nas páginas do volume e ainda contou com um documentário, no qual coreógrafos e bailarinos narravam um pouco da história desta arte no Estado. O livro foi lançado em 2009 e trazia 18 perfis.Dois anos depois, a Fundação de Cultura lançaria o segundo volume da série: “Vozes do Teatro”. Nele, foram registrados 40 anos de produção teatral, entre 1970 e 2010, com perfis de nomes como Cristina Mato Grosso, Nill Amaral, Vitor Hugo Samúdio, entre outros.As duas primeiras edições ganharam novas tiragens, depois que os dois mil primeiros exemplares se esgotaram. “Os livros foram distribuídos gratuitamente para os autores, os perfilados, além de bibliotecas escolares e públicas, órgãos de imprensa e instituições culturais de todo o País”, explica Américo.Ele afirma que a ordem dos lançamentos também foi decidida com base no número de registros históricos de cada segmento. “A dança e o teatro eram as mais prejudicadas neste sentido”, explica. Após os dois primeiros volumes, vieram os outros dois: “Vozes do Artesanato”, de 2012, com 38 artistas perfilados, e “Vozes das Artes Plásticas”, em 2013.Áreas como o audiovisual acabaram ficando de fora. “A produção cinematográfica no Estado está crescendo, se consolidando. Infelizmente, não houve tempo hábil para este registro”, explica. Outra área cultural que ficou de fora foi a música. Por se tratar de um dos principais segmentos artísticos, Américo pontua que seriam necessários vários volumes. “Temos um bom registro da área musical em outros livros”, completa.SAIBAPara perfilar os 50 escritores que fazem parte de “Vozes da Dança”, foi necessário recrutar um time de jornalistas, pesquisadores, professores e críticos que, voluntariamente, entrevistaram ou levantaram dados sobre a vida e a obra dos artistas participantes. Entre os responsáveis pelos textos, dois são jornalistas no Correio do Estado. Milena Crestani assinou o perfil do escritor e jornalista José Barbosa Rodrigues e Maurício Hugo destacou o escritor e publicitário Arlindo Fernandez.