Em cinco meses, Mato Grosso do Sul registrou 32 mortes pela gripe A, que inclui os vírus H1N1, H3N2 e Influenza B. Só no mês de maio, conforme os boletins epidemiológicos da SES (Secretaria de Saúde do Estado), foram 23 mortes, uma média de cinco óbitos por semana e uma a cada 31 horas.Com esses dados, 2016 bate o recorde de número de mortes desde que a gripe A passou a ser acompanhada, em 2009. Naquele ano, foram 23 mortes. Depois disso, o ano com maior número de casos havia sido 2014, com 29. Em relação ao ano passado, quando foram 7, mortes, o total deste ano é mais de 4 vezes superior.Até o dia 4 de maio, desde o início de 2016, o registro de mortes em Mato Grosso do Sul era de 9. De lá para cá, os casos de óbitos foram se avolumando, chegando a 32 no boletim divulgado hoje.Apesar do número preocupante, a Secretaria de Estado de Saúde reafima que não há surto da doença. Um dos principais argumentos para isso é o fato de que todos os óbitos vitimaram pessoas que apresentam comorbidades, ou seja, outras doenças, a maioria crônicas, por exemplo, diabetes ou presença do vírus HIV.CONTAMINADOS / MORTESHá 422 exames positivos para Influenza, sendo que 403 são de H1N1, oito para H3N2 e 11 para Influenza B. Campo Grande concentra a maioria das pessoas contaminadas (100 pacientes), seguido de Naviraí (45), Sonora (31), Dourados (26), Aquidauana (23) e Sidrolândia (21). São 30 cidades, de um total de 79, que registraram algum tipo do vírus da doença neste ano. Na Capital também concentra o maior número de mortes, confira os números em todos os municípios, na tabela abaixo:Segundo o 12º boletim epidemiológico, 63% dos pacientes fizeram o tratamento com oseltamivir, 27% não iniciaram e 10% não informaram. Ainda conforme a publicação, 47% realizaram o tratamento oportuno, 52% fizeram o tratamento tardio e 1% nem informou a data.GOVERNO DESCARTA SURTOA SES informou na última quarta-feira (25), por meio de nota técnica, que Mato Grosso do Sul não passa por um surto de Gripe A. Conforme a publicação, as aulas da rede estadual não serão suspendidas para controle de surto de influenza como medida de prevenção e controle de infecção, mas cuidados deverão ser tomados, baseadas no Protocolo de Tratamento de Influenza, do Ministério da Saúde.A secretaria esclarece que não há ‘surtos’ de Influenza em nenhum município do Estado, uma vez que a situação só é definida quando existem casos confirmados em instituições fechadas, de forma isolada. O que o ocorre, em MS, é a circulação do vírus da Influenza em vários municípios do Estado, explicado pelo período de sazonalidade do vírus.O governo se defende que está em constante contato com o Ministério da Saúde através da Unidade Técnica de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória e Imunopreveníveis – UVRI e Gerência Técnica da Influenza, e eles por sua vez, tem acompanhado o aumento no número de casos suspeitos e confirmados e evolução dos mesmos através do Sistema de Informação Oficial – Influenza Web, rotina para todas as Unidades Federadas.Conforme a nota do governo, o próprio Ministério da Saúde afirma que “Não há motivo para medidas que não sejam as de rotina durante a sazonalidade de influenza. Não há nenhum município ou estado com uma medida diferente que não seja o fortalecimento das ações de prevenção e controle no período sazonal. Em alguns lugares já observa-se o declínio da notificação de Síndrome Respiratória Aguda Grave no Brasil.”Os cuidados a serem seguidos por escolas e creches, estão em comum acordo com a Secretaria de Estado de Educação (SED).MEDIDAS DE PREVENÇÃO:> Cobrir o nariz e a boca com lenço, ao tossir ou espirrar, e descartar o lenço no lixo após uso.> Lavar as mãos com água e sabão após tossir ou espirrar.> No caso de não haver disponibilidade de água e sabão, usar álcool gel.> Evitar tocar olhos, nariz ou boca.> Evitar contato próximo com pessoas doentes.> Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.> Manter os ambientes bem ventilados.> Evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de influenza.> Evitar sair de casa em período de transmissão da doença.> Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados).> Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.