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Mais da metade das rodovias do Estado apresenta deficiências. MS-276 e 267 são consideradas regular

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(Foto: Divulgação)
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Em Mato Grosso do Sul, técnicos analisaram 4.361 km de malha rodoviária e concluíram que 53,5%, ou seja, 2.334 km das rodovias avaliadas no Estado, apresentam algum tipo de deficiência e foram consideradas regulares, ruins ou péssimas.O restante da extensão pesquisada (46,5% ou 2.027 km) é considerado ótimo ou bom. Quem mais sofre com a situação são os caminhoneiros que cruzam as rodovias e se arriscam em estradas mal sinalizadas e enfrentam as más condições das vias. Dirigentes do setor de transporte estadual pedem melhorias.A análise da situação das estradas é da A CNT (Confederação Nacional de Transportes), que divulgou sua 20ª pesquisa sobre as condições das rodovias brasileiras, que avaliou em 2016 toda a malha federal pavimentada e os principais trechos estaduais também pavimentados. Um dos principais problemas observados no Estado é em relação à pavimentação, onde são consideradas as condições da superfície da pista principal e do acostamento. A pesquisa classificou o pavimento como regular, ruim ou péssimo em 49,4% da extensão avaliada em Mato Grosso do Sul, enquanto 50,6% foram considerados ótimo ou bom. Do total, 68,8% da extensão pesquisada apresentam a superfície do pavimento desgastada.Conforme a CNT, o levantamento avalia o estado geral da malha rodoviária pavimentada, considerando pavimento, sinalização e geometria da via, o tipo de rodovia (pista simples ou dupla), a presença de faixa adicional de subida (3ª faixa), de pontes, de viadutos, de curvas perigosas e de acostamento estão incluídos na variável geometria. Neste quesito, os técnicos observaram uma questão grave em Mato Grosso do Sul: 76% da extensão pesquisada não têm condições satisfatórias de geometria, ou seja, apenas 24% foi classificada como ótima ou boa. O Estado tem 96,6% da extensão das rodovias avaliadas de pista simples de mão dupla.Questionado sobre a possibilidade de acidentes em virtude da geometria falha, o presidente do Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística), Cláudio Cavol, diz que as condições do traçado da BR-163 ainda preocupam o setor. “O maior exemplo que temos é a BR-163, que foi construída no início da década de 1970 e foi projetada para comportar um fluxo e determinado tipo de veículo. Durante todo esse tempo, nunca sofreu uma adequação no traçado e, hoje, temos trafegando carretas bitrens, rodotrens, entre outros. É lógico que o traçado não acompanhou a evolução e precisa de adequações urgentes. Por isso, a duplicação é urgente e necessária”, aponta.Condições da sinalização para os motorista vão de regular a péssimaFoi avaliada ainda a sinalização, considerando a presença, a visibilidade e a legibilidade de placas ao longo das rodovias, além da situação das faixas centrais e laterais. O estudo revelou que há problemas de sinalização em 35,7% da extensão avaliada (classificação regular, ruim ou péssima). Em 64,3%, é ótima ou boa. Ao analisar os trechos onde foi possível a identificação visual de placas, 5,7% apresentaram placas desgastadas ou totalmente ilegíveis. “A sinalização faz parte de um conjunto de deficiências que as estradas aqui no Estado têm. Não adianta ter uma estrada bem sinalizada se a pavimentação é deficiente, e vice-versa”, cita Cavol.No Estado, em relação ao estado geral das rodovias, a pesquisa aponta a MS-134 como regular, assim como a MS-267 e a MS-276. Enquanto isso, o estado das rodovias BR-163, BR-262 e BR-359 é classificado como “bom”. Já a MS-306, a MS-377 e a MS-395 são consideradas ruins segundo o levantamento feito pela CNT.Transporte fica quase 24% mais caro por pavimento desgastadoSegundo a pesquisa, devido às deficiências apresentadas no pavimento das rodovias de Mato Grosso do Sul, o custo operacional do transporte sofre acréscimo de 23,8%, uma vez que rodovias com deficiência reduzem a segurança, além de aumentar o custo de manutenção dos veículos e o consumo de combustível. A média nacional é de 24,9%.A pavimentação ruim não só atrasa, mas encarece o custo operacional, afirma o presidente do Setlog/MS. “A má condição das vias aumenta o consumo de combustível, a manutenção dos veículos, além de aumentar o tempo de transporte. Isso tudo, aliado à grande quantidade de impostos e taxas que o transporte rodoviário de cargas paga para operar na legalidade, está inviabilizando o setor, que é o responsável por mais de 60% do transporte no Brasil. Muitas empresas não conseguem cobrir seus custos e estão fechando as portas”, comenta.Para Cavol, a solução seria um investimento pesado em infraestrutura, por parte do governo federal e estadual. Sobre as cobranças do setor em relação à carência de investimentos em infraestrutura rodoviária, o Setlog pondera que, no momento, está aguardando uma reunião do setor com o presidente Michel Temer para discutir o assunto.A equipe de reportagem também procurou o governo do Estado para saber sobre a aplicação dos recursos do Fundersul (Fundo de Desenvolvimento do Sistema Rodoviário do Estado de Mato Grosso do Sul). Segundo a assessoria, “os valores de fechamento do Fundersul só poderão ser divulgados na sexta-feira (27), visto que na quinta-feira (26) ocorre a reunião com os conselheiros para apresentação deste balanço”.O governo diz ainda que os pontos mais críticos de Mato Grosso do Sul são as rodovias que atravessam a região do Sul do Estado, como a MS-156, MS-180, entre outras. “Estas já têm licitações lançadas para recuperação, que acontecem em fevereiro”, indicou o Executivo Estadual, por meio da assessoria.(Com Assessoria)