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Mato Grosso do Sul é considerado celeiro de jovens cientistas

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(Foto: Divulgação)
Seis estudantes do Ensino Médio de Mato Grosso do Sul levaram o nome do Estado à mais importante Feira Internacional de Ciências e Engenharia, realizada anualmente, em maio, nos EUA. Eduardo, Pedro, Lucas, Mariana, Bruna e Luiz Fernando desenvolveram projetos científicos que foram selecionados para participar da maior feira para estudantes que ainda não chegaram ao nível universitário – a Intel Isef (Intel International Science and Engineering Fair). A feira aconteceu do dia 10 a 15 de maio, reunindo mais de 1.600 jovens cientistas do mundo todo em Pittsburgh, Pensilvania, e projetos de 50 nações diferentes de todo o mundo.Todos são alunos do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul e antes de chegarem aos Estados Unidos passaram por duas rigorosas seleções no Brasil – a Fetec ( Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de MS) e a Febrace ( Feira Brasileira de Ciências e Engenharia). Eduardo da Silva Campos e Pedro Otávio, de Campo Grande, ganharam o Prêmio Intel International Science and Engineering Fair – Intel Isef 2015 com o projeto Agri-Weather: Soluções Meteorológicas para o Agronegócio. Os estudantes desenvolveram uma micro estação meteorológica para a comunidade utilizando banco de dados que pode ser acessado, por exemplo, por celular. Mariana da Silva Chermont e Bruna Luzia Almeida Rodrigues, de Nova Andradina, também participaram da Intel Isef  com o AutoGuardian: monitoramento e análise de dados automobilísticos para simulação de sinistros. O professor doutor Ivo Leite Filho, coordenador da Fetec/MS e diretor do Instituto de química da UFMS, explica que na prática, esse sistema “funciona como uma caixa preta do veículo em casos de acidentes”.Todas as informações sobre o que provocou o acidente são enviadas on-line para uma central, tornando impossível qualquer tipo de fraude”.“O AutoGuardian foi reconhecido! Vocês conseguem sentir a emoção?”, disse Mariana. Segundo ela, o reconhecimento não foi fruto de sorte. As duas estudantes tiveram um ano de trabalho desgastante, mas concordam ao dizer que cada dia de esforço foi triplamente compensado representando o País na maior feira de ciências do mundo.O último aluno a representar Mato Grosso do Sul foi Luiz Fernando da Silva Borges, de Aquidauana, que desenvolveu um termociclador de baixo custo para amplificação de DNA. Um termociclador usado hoje não sai por menos de R$ 30 mil. Luiz Fernando propôs um protótipo de apenas R$ 900 utilizando peças de baixo custo. Professor Ivo garante que a eficiência do aparelho é a mesma.No dia 14 de maio, três integrantes da delegação de Mato Grosso do Sul levaram também mais dois prêmios: Pedro Otávio e Lucas Moraes, com um prêmio da associação meteorológica americana; e Luiz Fernando, com reconhecimento da OAS, concorrendo entre os cinco melhores projetos científicos das Américas.Os jurados da Intel Isef avaliam a capacidade criativa e pensamento científico, rigor, competência e clareza mostrada nos projetos dos estudantes participantes. Fazem parte do seleto corpo de avaliadores vários cientistas de renome internacional, todos com titulação de Ph.D.s ou equivalente, ganhadores de prêmios relevantes, inclusive ganhadores do Prêmio Nobel.A próxima Intel será realizada em Phoenix em maio de 2016. Os trabalhos começarão a ser selecionados na Fetec/MS que começa no próximo dia 2 de novembro. A expectativa do Professor Ivo é de ter um grande número de trabalhos classificados para a próxima edição da feira internacional. “Vinte e dois pesquisadores virão para cá, inclusive para estudar esse fenômeno que vem acontecendo por aqui. Estão todos curiosos em conhecer esse celeiro de talentos que se tornou Mato Grosso do Sul”.O superintendente de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação do Estado, Renato Roscoe, diz que o Estado age como facilitador das ações desses jovens pesquisadores. “Esses meninos e meninas têm que virar empreendedores para negócios inovadores em Mato Grosso do Sul. Trabalhamos para criar oportunidades”. Roscoe também ressalta a preocupação com o incentivo ao registro de patentes e a capacitação de professores qualificados para orientar esses jovens cientistas. “Trabalhamos em parceria com a Secretaria de Educação para o treinamento desses profissionais”. O superintendente concluiu dizendo que eventos como a 12° Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que aconteceu em Mato Grosso do Sul de 21 a 23 de outubro, servem para “mostrar que a ciência não é um bicho papão. Todos podem ser cientistas. É um verdadeiro movimento de popularização da ciência.”Para o secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, é fundamental o papel do Estado para proporcionar o encontro das instituições públicas e privadas em prol da ciência e da tecnologia. “Cada experimento desses pode impactar significativamente na vida da população não só do nosso Estado, mas do Brasil”. Athayde conclui afirmando que a meta agora é a construção do Plano Estadual de Ciência e Tecnologia. “Precisamos saber onde estivemos, onde estamos e para onde iremos. Só assim será possível construímos uma política pública de Estado para o setor”.