Buscar

Mulher já representa quase um terço da mão de obra das usinas em MS

Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Cb image default
(Foto: Divulgação)
Antoninha Machado de Jesus, de 45 anos, líder de Frente de Motomecanização da usina Santa Luzia, em MS As mulheres estão expandido cada vez mais seu campo de atuação profissional em todos os segmentos da economia do país e do mundo e no setor sucroenergético não é diferente. Em Mato Grosso do Sul, segundo dados da Associação dos Produtores de Bioenergia (Biosul), dos 31 mil colaboradores do segmento, 29,03%, o equivalente a nove mil funcionários, são do sexo feminino.Atraídas pela boa remuneração do setor, a terceira melhor entre as indústrias, com média de R$ 1.914 e a segunda na área agrícola, com média de R$ 1.770, segundo dados de 2012, da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), e pelas oportunidades de crescimento na carreira, elas vêm ingressando cada vez mais cedo no segmento. A faixa etária das colaboradoras da agroindústria canavieira, de acordo com a Biosul, varia de 20 a 45 anos.Um exemplo da participação feminina no setor é o de Antoninha Machado de Jesus, de 45 anos. Ela é líder de Frente de Motomecanização da usina Santa Luzia, unidade da Odebrecht Agroindustrial localizada em Nova Alvorada do Sul, a 107 quilômetros de Campo Grande.No cargo, Antoninha comanda uma equipe de 30 pessoas, todos homens. Seu setor tem um papel estratégico para usina, sendo responsável pelo transporte de equipamentos e máquinas para a área agrícola da empresa.Ela recorda que entrou na empresa como motorista da área agrícola em 2009, após passar três anos dirigindo um caminhão canavieiro para uma prestadora de serviço da usina. Com muito empenho e dedicação, apenas nove meses após ingressar na companhia foi promovida para ser líder de apoio agrícola, e depois não parou mais até chegar ao cargo atual.No setor, 29% dos funcionários é do sexo feminino O crescimento profissional veio acompanhado, conforme Antoninha, de várias conquistas pessoais. Já na empresa foi incentivada e recebeu apoio para cursar e concluir a faculdade de Logística e agora se prepara para fazer uma pós-graduação na área de gestão de pessoas.Ela conseguiu ainda financiar a compra da casa própria e junto com marido, que também é funcionário da Odebrecht Agroindustrial, mas esta prestando serviço na usina do grupo em Angola (Biocom), melhorar a qualidade de vida da família.A perspectiva aberta com o trabalho no setor faz Antoninha sonhar ainda mais e ela pretende se tornar supervisora da empresa. “Tem que continuar trabalhando, se capacitando e se preparando para isso”, diz a líder de frente de Motomecanização, que acredita que um dos diferenciais do trabalho da mulher em setores como o sucroenergético é conciliar o profissionalismo com uma visão humana, principalmente da equipe.“Não é fácil chegar lá. Uma mulher liderar uma equipe de homens. É preciso que ela se imponha, demonstre liderança, mas tudo isso com muito respeito, fazendo as coisas com coração, porque acima de tudo estamos trabalhando com seres humanos e somos uma equipe, que demanda trabalho em conjunto. Ninguém vence sozinho”, comenta.A história de Antoninha acabou servindo de inspiração para sua filha, Ana Carolina, que em 2010 se juntou a mãe na equipe de colaboradores da usina. “Eu trouxe o currículo dela para a unidade, pois queria que ela tivesse a mesma oportunidade que eu. Começou como motorista de trator e, como não tinha experiência, participou de todos os cursos que a empresa ofereceu. Hoje está na área de automação, onde está muito feliz”, diz a orgulhosa mãe.Outro exemplo de como as mulheres estão ingressando em todos as atividades do setor é o da jovem Mariany Francielly Alves Barbosa, de 17 anos. Ela concluiu o ensino médio no ano passado e foi indicada pelos pais, que também são funcionários da Santa Luzia, a fazer o curso de Mecânico de Manutenção de Motores a Diesel, que está sendo oferecido pela empresa e pelo Senai, por meio do Programa Acreditar Jr.Mariany é aluna do curso de mecânico de motores No curso, voltado para jovens de 17 a 22 anos, que são filhos, primos, netos e sobrinhos de funcionários da empresa, os alunos participam de aulas teóricas na sede do Senai e de capacitação prática, já na usina em Nova Alvorada do Sul. Para se dedicarem apenas ao estudo, os participantes são registrados como funcionários da empresa e recebem um salário. Ao final da capacitação têm a oportunidade de serem efetivados na companhia.“Apostamos no talento desses jovens e no potencial de se desenvolverem conosco. Mais do que um programa de qualificação profissional o Acreditar Jr. é um agente de transformação na vida dessas pessoas e das comunidades em que estamos inseridos”, aponta a responsável por Desenvolvimento de Pessoas da Odebrecht Agroindustrial, Karina Fonseca.No caso de Mariany, ela diz que se interessou pelo curso pela oportunidade de aprender mais sobre mecânica e pela chance de ingressar na empresa. “É surpreendente. A mecanização e a tecnologia de cada processo é importante para ser estudada e posta em prática, tanto que o processo de manutenção é uma das áreas mais visadas das empresas hoje, principalmente no que diz respeito à mão de obra qualificada”, comentou a jovem.A estudante diz que se esforça para ser efetivada pela empresa após a conclusão do curso e revela que pretende fazer uma faculdade também. “Após concluí-lo pretendo permanecer efetiva na empresa e aplicar todo o conhecimento prático e teórico que estou recebendo. Também quero cursar uma faculdade, a de Medicina, que embora pareça que não tem nada a ver com mecânica tem toda a semelhança sim. Como já dizia um dos líderes de mecânica da empresa: o ciclo de vida do motor é comparado ao ciclo da vida do ser humano, e nós mecânicos somos os médicos dos motores”, concluiu a estudante.Segundo a Odebrecht Industrial, nas três usinas que possui no estado, Santa Luzia, em Nova Alvorada do Sul, Eldorado, em Rio Brilhante, e Costa Rica, em Costa Rica, cerca de 17% dos colaboradores são mulheres.