Fumar é um hábito lembrado nesta terça-feira (31), no Dia Mundial Sem Tabaco, como totalmente nocivo à saúde. Há quem tenha largado o cigarro e quem ainda não pretende parar de fumar. A OMS (Organização Mundial de Saúde) defende que é a maior causa de mortes evitáveis no mundo, respondendo por 63% dos óbitos relacionados a doenças crônicas não transmissíveis, 85% das mortes por doença pulmonar crônica, 30% das mortes por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago e outros), 25% das óbitos por doença coronariana e 25% das mortes por doenças cerebrovasculares.Mas mesmo assim as pessoas ainda fumam. Quem largou garante que jamais se arrependeu. Pensando na importância de entender o que leva uma pessoa a fumar ou a largar o vício, a reportagem coletou depoimentos de ex-fumantes e fumantes que ainda possuem o hábito, para entender como a questão do tabagismo afeta as pessoas de forma prática no cotidiano. Para alguns, o cigarro é um aliado no lazer, acompanhado do café ou da cerveja (outro vício, o álcool). Para outros, é um mal talvez até mesmo social a ser combatido. Outra pauta levantada pela OMS no dia de hoje é a questão da propaganda do cigarro. A organização defende a adoção por países-membros de embalagens padronizadas de cigarro e correlatos. A ideia é que todas as embalagens desse tipo de produto passem a ser iguais, seguindo um padrão definido e que determine forma, tamanho, modo de abertura, cor e fonte, mantendo-se apenas o nome da marca. A questão segue a lógica de que jovens dos países mais pobres são mais vulneráveis à propaganda de cigarro, segundo pesquisa realizada pela instituição. Parar de fumar foi a melhor coisa que eu fizDepoimento de Bruna Martins, empresária, 32 anos:Eu comecei a fumar com 15 anos para ser legal para os meus amigos. Logo comecei a pesquisar marcas de cigarro, adorava o mentolado. Todo jovem fuma mentolado e se acha super legal. Já ouvi dizer que é um dos piores cigarros pois tem, além das substâncias já ruins, açúcar na composição. Meu pai morreu de câncer de pulmão aos 59 anos, ele também era fumante. Então decidi parar há dois anos. Sinto que tenho mais fôlego que antes. Fiz exames recentemente em razão do que ocorreu com meu pai e está tudo bem. Gostaria de jamais ter começado a fumar. Parar de fumar foi a melhor coisa que eu fiz. Passo muito estresse e acredito que fumar aliviaDepoimento de Alan Marques Senler, trabalhador da construção civil, 20 anos:Comecei a fumar cedo por causa de alguns problemas familiares. Até hoje passo muito estresse e acredito que fumar alivia. Sei que não faz bem. Sei que causa males mas acredito que ficar nervoso atrapalha meu dia-a-dia e eu fico muito mal. Preciso trabalhar e estudar, o cigarro me ajuda a ter concentração. Minha mãe também fuma, nunca proibiu, a família já pediu para parar mas nós dois ainda fumamos. Parei quando fiquei grávidaDepoimento de A.R.*, estudante, 23 anos:Aos 20 anos descobri que estava grávida do meu atual marido. Parei de fumar no mesmo instante. Sei dos males e fumava há pouco mais de dois anos quando parei. Não voltei depois da gravidez. Eu fumava pouco, um cigarro a cada dois dias, mas cortei para não fazer mal à minha filha. Tenho muita tosse já que fumo desde uns 14... 15 anosDepoimento de O.A., autônomo, 47 anos:Tenho muita tosse já que fumo desde uns 14... 15 anos. Minha família é de fumantes mas muitos pararam. Perdi um tio para o cigarro, mas também para o álcool. Como evito beber, tenho o cigarro como algo que me deixa mais relaxado. Fumo tomando café, e já cheguei a fumar dois maços por dia, mas parei um pouco. Hoje fumo de meio a um maço, se tiver muito ansioso ou com muita coisa para fazer. Sei que é a válvula de escape mais perigosa do mundo, mas não consegui parar ainda.
No Dia Mundial de Combate ao Tabagismo, histórias de quem largou e de quem ainda fuma
Redação, Mídia Max
31/05/2016 às 03:00 •