O sumô é o esporte nacional do Japão, figurando no livro Kojiki (crônica do passado) de 712 d.C., como sendo uma luta entre dois deuses que se originou em 660 a.C. O sumô praticado atualmente segue exatamente as tradições e regras estabelecidas há séculos. Por isso, continua homenageando os deuses, pedindo proteção e rezando para uma boa colheita, como se fazia antigamente. A luta em si é simples: trava-se dentro de um círculo de 4,56 m de diâmetro sobre chão de terra batida, muito dura, e perde a luta quem sair do círculo ou tocar o chão com qualquer parte do corpo que não seja a sola do pé. Uma luta pode levar de alguns segundos a até 3 minutos no máximo. Em média 30 segundos.Entretanto, o que parece ser tão simples e rápido, tem uma tradição que já dura séculos, segredos profundos, preparativos demorados e extenuantes, organização fantástica e envolve cifras astronômicas. O mundo do sumô é especial e único. Os lutadores (conhecidos como rikishis) se agrupam em academias onde comem, dormem e principalmente, treinam. Entram na academia aqueles que forem aprovados no rigoroso e concorrido exame e tenham entre 12 e 15 anos de idade. Ao partirem para essas academias, os aspirantes despedem-se dos familiares e amigos como se partissem para uma grande aventura. Acordam às 5 horas da manhã e treinam rigorosamente até 10 horas. É hora da primeira refeição do dia: o prato também é especial e único: o “chanco-nabe”, um ensopado com carnes, legumes e vários ingredientes japoneses. Após essa refeição, um rápido descanso, e mais treinos rigorosos. À noite, mais “chanco-nabe”, e depois a noite é livre.Todos tomam banho no mesmo “ofurô”, banho de imersão. Os novatos dormem no chão de tatami e só os mais graduados possuem aposentos individuais. Como todos são gigantes (média de 150 kg na divisão superior), as instalações precisam ser reforçadas. Cabe aos novatos as faxinas, auxiliares os veteranos, etc.A temporada oficial anual é composta por seis campeonatos que duram 15 dias. Ao todo são aproximadamente 850 lutadores, divididos em seis categorias. As quatro categorias inferiores não conferem salários aos lutadores, que somente recebem treinamento, alimentação e alojamento. A 2ª divisão profissional é composta por 26 lutadores, e a categoria máxima tem 42 lutadores. Estes recebem salários, têm seus fãs clubes e ostentam cabeleira especial, o símbolo do lutador de sumô, o “oicho”.Na cultura japonesa, os yokozuna (campeão dos campeões), que nunca são rebaixados, são considerados semideuses, e gozam de todas as regalias. Eles chegam a ter mais prestígio junto ao Imperador do que o próprio primeiro ministro, não precisando nem marcar audiência para serem recebidos pelo Imperador. Teoricamente podem ser muitos os yokozunas, já que não são rebaixados, mas não passam de 2 ou 3, havendo épocas sem nenhum yokozuna, quando não surge nenhum lutador à altura. O yokozuna que começa a perder campeonatos acaba se aposentando. No Brasil, o primeiro campeonato da modalidade foi realizado em 1912, na cidade de Guatapará. O Campeonato Brasileiro de Sumô é realizado há 50 anos e alguns brasileiros lutam profissionalmente no Japão. (Com informações do Cultura Japonesa)