Detentos do Instituto Penal de Campo Grande, que respondem por crimes de violência sexual, tiveram material genético coletado por peritos do Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (Ialf) da Coordenadoria Geral de Perícias de Mato Grosso do Sul, que já estão sendo inseridos em um banco nacional de perfis genéticos. A inciativa é resultado de uma parceria entre as Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e a Secretaria Nacional de Segurança (Senasp).De acordo com a diretora do Instituto de Análises Forenses, perita criminal Josemirtes Socorro Fonseca Prado da Silva, todos os presos que se enquadram nessa lei foram separados na Capital. E neste primeiro momento 300 amostras foram coletadas por meio da suabe (material absorvente preso a uma haste) que é passado na boca para extração da saliva. “O próximo passo agora é fazer a coleta daqueles que se enquadram em outras categorias dos crimes hediondos”, explicou.Para Josemirtes, o perfil genético é mais uma ferramenta na investigação policial no sentido de determinar com precisão a autoria de um crime: “Se algum detento sai do sistema prisional, comete um novo crime e deixa vestígios biológicos compatíveis com o banco de dados, ele vai ser identificado. Recentemente tivemos um caso que foi solucionado com base neste cruzamento de dados. Um evadido do sistema prisional de Mato Grosso do Sul, que cumpria pena pelo crime de estupro, foi preso no Maranhão pelo mesmo delito e teve seu material genético inserido no sistema pela polícia científica daquele estado. Ao fazermos o confronto dos dados verificamos que o evadido já estava preso novamente”, explicou.A ação é realizada por meio de uma solicitação da Senasp, em cumprimento a Lei 12.654 de 2012 que torna obrigatória a coleta de material biológico de condenados da Justiça por crimes hediondos e/ou de violência sexuais, para que seja inserido em um banco de dados com o objetivo de cruzar informações e auxiliar nas investigações de crimes cometidos em todo o território nacional.