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Pesquisador encontra pela primeira vez morcego vampiro na Capital

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(Foto: Divulgação)
O pesquisador campo-grandense Gustavo Urbieta, de 23 anos, anunciou nesta segunda-feira (28), a descoberta da presença de uma espécie de morcego hematófago em Campo Grande, o Diaemus youngi, que se alimenta preferencialmente do sangue de aves.Batizada de Diaemus youngi, essa espécie de morcego se alimenta preferencialmente do sangue de aves Segundo ele, o animal capturado em 2016 para estudo científico está preservado no laboratório da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).“As pessoas pensam que todas as espécies de morcego se alimentam de sangue, mas são apenas três entre milhares, e o Diaemus youngi é uma dessas, um tipo raro regionalmente. Até hoje em todo o Brasil foram registrados em apenas 10 localidades, mas é importante dizer que essa descoberta não é motivo para pânico ou qualquer outra coisa nesse sentido. Serve de aviso para ficarmos mais cuidadosos”, disse Gustavo Urbieta, atualmente mestrando em biologia animal pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), em entrevista à reportagem.Em artigo produzido em inglês para a publicação científica “The Journal of Biodiversity Date”, Gustavo Urbieta diz que o morcego, um adulto macho, foi capturado em uma área de 191 hectares do Instituto São Vicente, que serve de “fazenda-escola” para os alunos da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco).“Quanto mais desmatamento, as presas vão sumindo cada vez mais, e os bichos vão procurando coisas para se alimentar. Na área da descoberta tem 30 hectares utilizadas para o cultivo de milho, feijão e soja, mas existe também um tanque de peixes para piscicultura e gado, cabras, ovelhas e cavalos. Capturamos o morcego próximo de residências de famílias, e a nossa descoberta serve de alerta para evitar acidentes com humanos”, disse Gustavo.Ainda de acordo com o artigo de Gustavo Urbieta, o Brasil apresenta a segunda maior diversidade de espécies de morcegos da América do Sul. São até 9 famílias, 68 gêneros e 178 espécies, mas ainda faltam registros e a distribuição de algumas espécies, entre as quais, a espécie do Diaemus youngi, localizada em Campo Grande.