Diversos estudos já apontaram que pessoas mais bem-educadas tendem a gozar de melhor saúde mental do que aquelas com menos educação. Isso pode ser resultado de diversos fatores, como o estímulo constante ao cérebro e à memória, mais acesso à leitura e os longos anos de dedicação à vida acadêmica.No entanto, um estudo realizado em países europeus, com pessoas que possuíam um alto nível de formação, mostrou que aqueles que estudam mais podem apresentar mais quadros de depressão. Essa pesquisa demonstra que existe um limite para os benefícios da educação para a saúde mental.O estudo foi realizado para compreender como a expansão do ensino superior tem refletido na saúde psicológica de pessoas supereducadas. Para melhorar a validade dos resultados, os pesquisadores utilizaram dois indicadores de nível de instrução: os anos de educação e o tipo de formação superior. Esta pesquisa foi feita com uma amostra da população de 25 países europeus.Resultados e ConclusõesA depressão é medida usando uma versão de oito itens da escala CES-D (Center for Epidemiologic Studies Depression Scale Revised). Neste estudo, os pesquisadores descobriram que pessoas com educação superior e vida acadêmica relataram mais sintomas de depressão. Os resultados devem ser interpretados à luz da expansão duradoura da educação no mundo.A associação entre educação e saúde mental tem sido estudada há bastante tempo. A maioria destes estudos é inspirada na perspectiva do capital humano e supõe que há poucos limites em relação aos benefícios da educação sobre a saúde psicológica.Desde a década de 1970, muitas especulações vêm sendo feitas sobre o impacto da super educação no cérebro. O que muitos estudos evidenciam é que a expansão mundial do ensino superior não resultou em uma melhoria do mercado de trabalho. Sendo assim, o elevado nível de educação das pessoas esbarra na limitada oferta de empregos bons, o que pode ser bastante frustrante para quem busca uma formação completa pensando em conquistar uma posição de destaque na vida profissional.Talvez estes resultados também possam explicar porque tantos gênios e profissionais brilhantes da história foram tão atormentados e depressivos durante suas vidas. Em resumo, uma melhor inteligência acadêmica e a busca pela genialidade parecem levar as pessoas à depressão. Há ainda quem acredite que um intelecto superior aumente a sensação de vazio e solidão nesses cidadãos extremamente educados e inteligentes.