A fabricante de armas Taurus está suspensa dos processos licitatórios do Estado de São Paulo por dois anos, após terem sido observadas falhas no funcionamento de pistolas fabricadas pela empresa e vendidas ao governo entre 2007 e 2011. Além disso, deve pagar uma multa de R$ 12,7 milhões aos cofres públicos.A defesa da Taurus alega que as provas do processo são arbitrárias “como uma pretensa perícia técnica comprovadamente nula” e que a garantia do armamento foi cumprida quando necessário.O processo corre desde 2016. Após sucessivos recursos da empresa, a Consultoria Jurídica da Polícia Militar paulista manteve a pena, citadando um relatório do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), que apontou falha entre 86,9% e 95,3% do total de pistolas modelo 640 e entre 41,6% e 55,8% do total de pistolas do modelo 24/7, com índice de confiabilidade nos testes de 95%.De acordo com empresa, “a leitura correta do relatório do IPT indica que as pistolas são dotadas de sistema de segurança que funciona de modo adequado” e verificação conduzida pelo Exército em 2016 “não verificou ou identificou a ocorrência de vícios de projeto ou fabricação sobre o modelo de pistola 24/7 produzido pela Taurus”.aOntem (28), a Taurus afirmou, em nota, que as pistolas referidas no processo não são mais fabricadas ou comercializadas e que “tomará todas as medidas judiciais cabíveis para reversão da penalidade aplicada”. Também por falhas em pistolas fornecidas à Polícia Militar local, a Taurus está suspensa de licitar no Distrito Federal por um ano, até maio de 2021.