Uma obra tão aguardada pela população, a pavimentação da MS 040 coloca fim ao isolamento de municípios, já que encurtará distâncias e será responsável pela incorporação de pelo menos um milhão de hectares à economia. Homenageado com o Título de cidadão Santa Ritense, o governador André Puccinelli inaugurou na tarde desta segunda-feira (29), a obra na rodovia que liga os municípios de Campo Grande e Santa Rita do Pardo. No total, são 209 quilômetros de asfalto que contaram com investimentos de R$ 301 milhões. Redenção Rota da produção de insumos como eucalipto e carvão vegetal para as indústrias de celulose de Três Lagoas, a pavimentação da rodovia é uma obra estratégica no processo de diversificação da matriz econômica adotada pelo governo estadual. A logística deve beneficiar o plantio de florestas criando novos polos de produção, como o setor moveleiro. A obra é a redenção de quem precisava de uma rodovia asfaltada para escoar a sua produção, conforme observou o diretor-presidente da Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantas (Reflore), Moacir Reis. Das 15 empresas associadas, pelo menos duas indústrias produtoras de celulose localizadas no município de Três Lagoas, a Fibria e a Eldorado, serão beneficiadas com a MS-040. A Eldorado, por exemplo, é produtora de florestas em Santa Rita do Pardo.“Sem a estrada pavimentada o custo do transporte é pelo menos três vezes mais caro. O valor do quilômetro é alto e quanto mais perto do asfalto melhor, porque as terras ficam valorizadas, o custo da produção é menor, já que a chegada de insumos, por exemplo, é mais barata, além da facilidade da mão de obra”, justificou Moacir Reis, salientando ainda que outra empresa deverá ser beneficiada, como a do grupo investidor canadense Frigg, localizada na cidade de Ribas do Rio Pardo e que possui maior maciço florestal para a produção de móveis. “Eram de seis a oito horas para fazer o trajeto entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo e agora com o asfalto o mesmo percurso será feito em pelo menos duas horas e meia”, comentou.Rota da produção A rodovia beneficia não só Campo Grande e Santa Rita do Pardo, mas o município de Ribas do Rio Pardo integrando grandes bolsões vazios da cadeia produtiva. Yula Cadette é uma das proprietárias da Fazenda Modelo 2, localizada em Ribas e conta que a espera pelo asfalto era de mais de 20 anos. Com a via pavimentada será mais fácil o escoamento da produção da fazenda que trabalha com floresta, lavoura e confinamento. “A nossa grande dificuldade era a logística, ficava muito oneroso, era trator puxando caminhão por essas estradas o tempo todo. Agora o asfalto cortou a nossa fazenda no meio e vai reduzir o custo do frete em pelo menos 30%”, disse. A chegada do asfalto garante a diversificação da produção da fazenda e a compra de insumos que antes era feita somente do estado de São Paulo. “Agora a gente pode comprar insumos da região de Sidrolândia e Dourados, o que antes não dava porque não tínhamos acesso asfaltado. Essa rodovia abre também um leque de opções de outras culturas, e estamos pensando já em poder plantar a melancia”, adiantou Yula Cadette. Quando soube da construção da rodovia, a produtora informou que iniciou também o projeto de ampliação da unidade.Para o produtor rural Rafael Palma, o problema da logística dificultava investimentos como a melhoria de pastagens, adubação e produção. Agora o trabalho de pecuária de cria, recria e engorda vai ganhar incremento com o asfalto passando a oito quilômetros da sede da Fazenda localizada no município de Santa Rita do Pardo. Ele também tem empreendimento em Campo Grande. “A gente se virava do jeito que podia, desatolando caminhões, e o prejuízo era muito porque o gado às vezes pousava no caminho e não dava rendimento ao frigorífico. Agora a perspectiva é de investimento, vamos fazer melhoria de pastagem, diversificar a produção, quem sabe plantando soja e eucalipto”, contou Rafael Palma que vai utilizar a rodovia para buscar insumos de outros lugares, por exemplo, o calcário, do município de Bodoquena. “Na verdade esta rodovia integrou Santa Rita do Pardo ao resto do Estado. Meu avô que era produtor já esperava por esse asfalto e eu, desde quando nasci”, brincou.No trajeto o Estado também construiu pontes de concreto que substituíram as antigas pontes de madeiras estreitas. A obra contemplou a construção de pontes de concreto sobre o “Ribeirão do Lontra (com 30 metros de extensão e 10 metros de largura, localizada entre os municípios de Campo Grande e Ribas do Rio Pardo “Rio Pardo” (com 120 metros de extensão e 12,8 metros de largura, divisa dos municípios de Ribas do Rio Pardo e Santa Rita do Pardo “Ribeirão Ponte de Pedra” (30x10 m) e “Córrego Barreiro (12x10 m), no município de Santa Rita do Pardo.