Com a decisão do governo cubano de encerrar acordo com o Brasil para o envio de médicos, Mato Grosso do Sul deve perder ao menos 110 profissionais, conforme dados do Ministério da Saúde. Todos eles atuam no interior.O número de médicos cubanos no Estado corresponde a metade dos profissionais que atuam por meio do programa – 205 no total, segundo a SES (Secretaria de Estado de Saúde).Na Capital, são 17 contratados do Mais Médicos, mas nenhum deles é do país caribenho. “A decisão não trará impacto para Campo Grande”, informou a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) por meio de nota.A notícia do fim do termo de cooperação pegou prefeitos e secretários de várias cidades sul-mato-grossenses de surpresa, segundo Pedro Caravina, prefeito de Bataguassu e presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul).O representante dos prefeitos vê com “muita preocupação” a decisão do país caribenho. “Na segunda-feira (19) estaremos em Brasília e a CNM [Confederação Nacional dos Municípios] já está se mobilizando para resolver esta questão”.ImpasseNa quarta-feira (14), o governo de Cuba divulgou nota anunciado a interrupção da cooperação técnica com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) que permite o envio de médicos para o Brasil. O comunicado cita referências diretas, depreciativas e ameaçadoras feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) à presença dos médicos cubanos no Brasil.O país caribenho envia profissionais para trabalhar nas regiões mais carentes do país desde 2013, quando a gestão de Dilma Rousseff (PT) criou o Mais Médicos. A nota do governo cubano não informa a data que médicos deixarão o Brasil.O presidente eleito, que em agosto, durante a campanha, havia falado em “expulsar” os cubanos do Brasil, reagiu. “Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, publicou no Twitter.Após a divulgação do comunicado, o Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde) e a FNP (Frente Nacional de Prefeitos) se manifestaram, apelando para a manutenção dos profissionais cubanos no Brasil sob risco de faltar atendimento à população.Conforme apurou a “Agência Brasil”, as entidades temem que a decisão do Ministério da Saúde de Cuba de rescindir a parceria prejudica mais de 29 milhões de brasileiros, que poderão ficar desassistidos da atenção básica de saúde. Eles pediram que Jair Bolsonaro reveja a decisão de aplicar novas exigências para a permanência dos cubanos no país
Saída de cubanos tira metade dos profissionais do Mais Médicos em MS
Redação,
16/11/2018 às 02:00 •