Em pente fino realizado na PED, armas, celulares e capuzes foram encontrados pelos agentes O sistema prisional tem vivido meses de crise. Dentre os vários casos que viraram manchete nos veículos de comunicação de Mato Grosso do Sul, o último, revelado na semana passada, demostra que até mesmo os presídios de segurança máxima estão sendo entregues nas mãos dos internos. Informações prestadas por familiares de presos garantem que a situação é bem mais preocupante do que o revelado pelas autoridades estaduais.Na quarta-feira passada, agentes prisionais da PED (Penitenciária Estadual de Dourados), antiga Harry Amorim Costa, desconfiaram do comportamento dos presos do Raio II e solicitaram a ajuda do Getam (Grupo Especializado Tático Motorizado) para uma operação pente-fino. O resultado das buscas nas celas de apenas um raio do presídio é surpreendente. Os policiais e os servidores encontraram um buraco em uma cela, grande quantidade de armas de fabricação caseira, telefones celulares e até capuzes que seriam utilizados em uma possível tomada da cadeia.Policiais encontraram dois pés de maconha que eram cultivados pelos presos Por meio de buscas na internet é possível identificar a quantidade de casos de motins, revoltas e até assassinatos em penitenciárias de regimes fechado e aberto em todo o Estado nos últimos meses.CAPITALO primeiro caso que pode ser tomado como exemplo, é a rebelião de 400 detentas do presídio feminino Irmã Irma Zorzi, em Campo Grande. Durante um tumulto no dia 20 de outubro de 2014, elas teriam quebrado computadores, impressoras, televisores, camas e destruído documentos. Foi necessária a realização de uma operação que envolveu o trabalho de 49 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar em conjunto com o Bope (Batalhão de Operações Especiais) para conter as mulheres. As presas se rebelaram após a morte da colega Leda Barbosa Loredo, 39.DOURADOSNo dia 25 de dezembro, o muro do Estabelecimento Penal Masculino de Regime Semiaberto e Aberto de Dourados amanheceu com marcas de bala. Dois carros passaram pelo presídio e efetuaram sete tiros no muro do portão lateral do prédio. A arma usada era de calibre 9mm.TRÊS LAGOASNo dia 7 de janeiro, presos da Penitenciária de Segurança Média de Três Lagoas ameaçaram fazer motim em protesto contra internos acusados de crimes sexuais. A Justiça local autorizou a transferência de 10 destes presos para outras penitenciárias do Estado, inclusive para a PED onde os detentos, antes mesmo de acontecer a transferência, também já organizavam protestos.De acordo com notícias publicadas, os internos do presidio de Três Lagoas não aceitam que eles – condenados por crimes sexuais – permanecessem na Unidade. O ultimato a direção da penitenciária teria sido dado pelos “Cabeças” que ameaçaram iniciar uma rebelião no presidio, caso estes internos não fossem removidos naquela semana.CAPITAL IIO Correio do Estado publicou em seu site, no dia 29 de janeiro deste ano, uma notícia que relata a descoberta de um túnel que seria usado para fuga de 11 presos em cela do pavilhão I, na Penitenciária de Segurança Máxima Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande. O túnel tinha iluminação e ventilação própria e sua extensão era de mais de cinco metros de comprimento.CAPITAL IIINo dia 9 de fevereiro, o agente penitenciário, Carlos Augusto Queiróz de Mendonça, 44, foi executado a tiros no Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado. Ele estava na portaria fazendo controle de saída de presos que dormem no local e passam o dia fora quando um homem encapuzado e com capacete entrou e, sem falar nada, atirou. O servidor estava há 10 anos na Agepen.