A chamada “síndrome do membro fantasma”, que se manifesta quando uma pessoa sofre a amputação de um membro do corpo, como um braço ou uma perna, e mesmo assim continua a sentir a presença da parte retirada, serviu de inspiração para o projeto do estudante sul-mato-grossense Luiz Fernando Borges que vai representar o Brasil na edição 2016 da Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Intel ISEF), que será realizado em Phoenix, Arizona (EUA), entre os dias 08 e 13 de maio.Borges é aluno do último semestre do curso técnico integrado de nível médio em informática, no campus de Aquidauana, do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Ele estará apresentando no evento nos Estados Unidos o projeto: “Prendendo fantasmas em robôs: um novo método de controle e design para próteses mioelétricas transradiais e rearranjo neuronal do Mapa de Penfield para feedback tátil”.O projeto, conforme o estudante, foi totalmente baseado na “síndrome do membro fantasma”, que afeta cerca de 70% dos amputados. O objetivo do trabalho era devolver as pessoas que sofreram a perda de algum membro do corpo a capacidade de movimento e as sensações táteis ligadas e ele.Com esse foco foi desenvolvido inicialmente um protótipo que utiliza softwares criados para simular o membro perdido em ambiente virtual. O estudante também criou um aparelho, com elementos vibratórios de celular, que conectado ao corpo do voluntário, faz com que o amputado volte a sentir o membro perdido.Esse trabalho foi apresentado na participação do IFMS na Feira Brasileira de Ciências e Engenharias (Febrace), em março deste ano, onde assegurou classificação para o evento nos Estados Unidos.No Intel ISEF, em Phoenix, o estudante estará apresentando a nova etapa do estudo, que foi o desenvolvimento de um antebraço robótico, feito com tecnologia 3D. “Este, por sua vez, conta com sensores de força e temperatura que captam o contato da prótese com objetos, e reproduzem o sentido do toque, com padrões vibratórios criando uma ilusão de que os estímulos estão sendo efetuados em seu membro perdido”, detalhou o estudante.Esta será a segunda participação de Borges no evento internacional. No ano passado, ele foi classificado com o trabalho “Termociclador de baixo custo” e conquistou o reconhecimento da Organização dos Estados Americanos (OEA) como um dos seis melhores projetos das Américas.“Pela segunda vez consecutiva represento o Brasil, levando comigo o nome da minha cidade e da minha instituição de ensino, na maior feira de ciências e engenharia do mundo. Isto é apenas um reflexo do trabalho de cooperação entre professores, alunos e administração e das oportunidades que a Rede Federal de ensino nos fornece”, comemorou.Para se preparar para o evento, o estudante sul-mato-grossense está em São Paulo, no escritório da Intel no Brasil, participando até sexta-feira (06) de um workshop. Nos cinco dias do evento nos Estados Unidos, os organizadores esperam a participação de cerca de 1.700 estudantes de nível médio de mais de 75 países. Este ano, os prêmios distribuídos somam U$ 4 milhões e também incluem bolsas de estudo.