Reportagem publicada nesta quarta-feira (17) pelo jornal Diário MS afirma que a operadora Vivo reconheceu falhas na oferta do serviço de telefonia móvel em Mato Grosso do Sul. Entre os municípios citados com deficiências no atendimento estão as cidades de Nova Andradina, Dourados e Naviraí.Nos últimos dias, o Nova News noticiou o descontentamento dos moradores dos bairros Portal do Parque e Jardim Universitário I e II, em Nova Andradina, onde os clientes praticamente não contam com cobertura do sinal de telefonia móvel.No Portal do Parque, o sinal de telefonia celular chega de forma muito fraca e alguns moradores, que optaram por não se identificar, relataram os transtornos que isso representa. Um grupo de jovens que conversou com a equipe disse que para conseguir efetuar uma ligação, é preciso caminhar em busca do sinal.Já no Jardim Universitário I e II, a situação é ainda pior, pois enquanto no Portal do Parque o sinal é fraco, no Universitário ele praticamente não existe. “Quando a gente precisa falar ao celular, precisa subir em algum móvel da casa ou sair do bairro para poder contar com este serviço. Penso que, no caso de uma emergência, o pior pode acontecer”, relatou um pedreiro, que também preferiu não aparecer.Clientes reclamam da má qualidade do serviço - Imagem: Germino Roz/Arquivo/Nova NewsNesta terça-feira (16), os Procons (Programas de Defesa do Consumidor) de Mato Grosso do Sul ‘apertaram’ as operadoras de telefonia móvel que atuam no Estado. Representantes da Oi, Tim, Vivo e Claro participaram de encontro com os órgãos de defesa para tratar sobre a má qualidade na prestação do serviço no Estado.Durante a reunião, a Vivo reconheceu que há falhas na oferta do serviço, como quedas de sinal no momento das ligações, chiados, ausência de sinal de internet, entre outros problemas que são alvos frequentes de queixas dos consumidores.“Só de a empresa reconhecer já é um passo importante. Não é preciso ir à justiça para comprovar que há falha, ela reconhece, o que nos dá condições de adotar medidas mais práticas”, ressaltou o diretor do Procon de Dourados, Rozemar Matos, que representa a organização do evento.Na ocasião, ficou acordado que a empresa terá até o dia 30 de outubro para instalar mais torres de transmissão em Dourados e outros municípios do Estado em que os mesmos problemas são apresentados, como Nova Andradina e Naviraí, por exemplo. A intenção é que a partir daí o sinal melhore para os clientes.Caso a empresa não cumpra o acordo, sofrerá sanções. Segundo o diretor do Procon de Dourados, a Vivo pode perder seu alvará e ficar impedida de comercializar produtos e serviços no município, como venda de chips e planos. Matos alega que o programa tem o poder de estabelecer a punição a partir do que determina o Código de Defesa do Consumidor.         Reunião entre Procon e operadoras ocorreu em Dourados - Imagem: A. FrotaAs demais operadoras (Oi, Tim e Claro) cujos principais problemas estão relacionados a cobranças indevidas ou falta de oferta daquilo que é contratado, entre outros, também mostraram medidas que podem ser adotadas para melhoria no serviço. A maioria apresentou propostas ligadas a uma maior comunicação com os clientes.“Todas as operadoras tem problemas. No sistema nacional, os órgãos de defesa do consumidor, os Procons do Brasil, se tornaram escritórios das operadoras de telefonia pelo volume de reclamações que recebemos. Elas apresentaram soluções para aumentar a comunicação com os consumidores e firmaram um acordo para apresentar soluções mais rápidas aos Procons, para diminuir o tempo que o consumidor espera por um resultado”, relatou Matos.A reunião entre as operadoras e os Procons foi realizada durante o VI Encontro do Sistema Estadual de Defesa do Consumidor sediado em Dourados, como parte da programação alusiva aos 24 anos do Código de Defesa do Consumidor. O evento ainda conta com a participação de outros órgãos ligados à área, como a defensoria pública e o Ministério Público.Os problemas enfrentados pelos clientes da telefonia móvel e a má qualidade do serviço prestado no Estado é alvo de reação das autoridades. O tema já foi debatido em CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa e é alvo de Ação Civil Pública por parte do MPE (Ministério Público Estadual). (Com informações do Diário MS).