O projetor de 35mm serve à sala de apenas 88 lugares. Uma estrutura simples, mas que vale para incentivar estudantes a conhecer e produzir obras cinematográficas em Ivinhema MS. Também é programa nas sextas, sábados e domingos, com sessões de filmes do circuito comercial, exibidos pelo valor de R$ 14,00, mais barato que nas redes de outras cidades do estado.Ivinhema adotou o Cinelito, a cultura retribui. Na região do Vale do Ivinhema os moradores já descobriram o que o cinema pode significar para um município pequeno, também para as cidades vizinhas. Até a paróquia e alguns sites, por exemplo, divulga a programação. O prédio incrementa de forma genial a paisagem típica de interior, logo, ao lado da praça central.Artigo de luxo pelos municípios do Estado, o lugar também preserva na ativa um dos poucos festivais de cinema realizados em Mato Grosso do Sul. Tem dias de gala uma vez ao ano, durante o Festival de Cinema do Vale do Ivinhema, já na 12ª edição. O evento foi aberto na noite de domingo e terá a exibição de longas e curtas-metragens.A história da sala é de insistência. “Eu e meus irmãos resolvemos continuar o trabalho do meu pai, com a Fundação Nelito Câmara, de formação cultural de crianças e adolescentes. As ações do audiovisual vieram naturalmente”, diz Ricardo Pieretti Câmara, presidente da fundação.Há 10 anos, a família decidiu patrocinar também o Festival de cinema de Ivinhema, que acontecia sem incentivos. “Sem isso seria muito difícil, dependeria do apoio do governo ou da Ancine (Agência Nacional de Cinema), o que seria ainda mais complicado”, explica.E durante o Festival, o momento também é de formação, com oficinas de animação, fotografia e até artes circenses. “As oficinas estão lotadas. Os alunos se inscrevem para o festival, para as oficinas e a ideia é que eles voltem para se inscrever no próximo festival, adquiram mais conhecimento. Nossa ideia é manter bons indivíduos e bons cidadãos, comenta.E os resultados chegam ano a ano, garante Leonimar Bacchiegas, coordenador do Festival do Vale do Ivinhema. Temos exemplos de pessoas que trabalham agora com site, fotografia e edição e começaram aqui. Isso fez com que a comunidade adotasse o cinema” “Desde o início eu gosto muito. O pessoal abraçou o cinema, hoje a cidade é outra, a cultura mudou”, acredita.A Fundação Nelito Câmara em parceria com a Adecoagro, Arefa e Alphsys decidiram adquirir o material com o fechamento das salas na Capital. O próximo passo agora é a troca do projetor por um digital. O material que é utilizado hoje no cinema de Ivinhema foi o que contou muitas histórias no Cine Campo Grande até o ano de 2012. (Com CG News).