Publicado em 15/10/2017 às 03:00,

Ivinhema: Produtores garantem renda de R$ 10 mil por ano com produção de ucurum

Redação, Semagro 
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(Foto: Divulgação)
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Uma das parceiras dos produtores de Ivinhema é a Urucum do Brasil, com sede em Monte Castelo Pequenos agricultores de Mato Grosso do Sul descobriram na produção de ucurum uma boa e rentável atividade. O trabalho vem sendo realizado em parceria com empresas do interior de São Paulo e conta com o apoio da Agência Estadual de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer). Em Ivinhema a Prefeitura e os agricultores comemoram o fechamento da safra com a colheita de 300 toneladas. “O urucum tem garantido uma renda média de R$ 10 mil por ano aos pequenos agricultores, e isso tem ajudado muito a agricultura familiar”, afirma o prefeito Eder Uilson, o Tuta.Segundo o prefeito, 65 agricultores participam da iniciativa e o cultivo do urucum gera uma média de 150 empregos direto e indireto no período da safra, em todas as fases, do plantio, cultivo e colheita. Em Mato Grosso do Sul, são duas safras, uma encerrada em setembro e outra em novembro. Tuta destaca que nesse processo, a Agraer tem papel fundamental, pois são os técnicos da Agência que dão toda a orientação e assistência técnica aos produtores.“Aqui a Agraer é cem por cento, tudo que a gente precisa eles nos atendem, são grandes parceiros e nesse projeto urucum a participação da Agraer tem sido importante”, comenta Edmilson Gonçalves, presidente da Associação de Moradores e Produtores Agropecuários da Gleba Ouro Verde. Ele lembra que a projeto começou tímido, em 2007, com cerca de 12 produtores e hoje já são quase 100. “Começamos com a cara e a coragem”, afirma.Na região estão sendo cultivadas duas variedades de urucum, a “Verde Limão”, que produz as sementes de urucum a partir do terceiro ano de plantio e, mais recentemente, os produtores passaram a plantar o “Anão Precoce”, que rende colheita a partir do segundo ano de cultivo. Segundo Edmilson Gonçalves, pelo fato de ser de menor porte, o “Anão Precoce” também possibilita maior facilidade no trato e na colheita.Uma das parceiras dos produtores de Ivinhema é a Urucum do Brasil, com sede em Monte Castelo (SP). O diretor superintendente da empresa, Antonio Pereira Neves disse que nesta safra foram compradas cerca de 50 toneladas de urucum em Ivinhema. O produto chega em forma de sementes e na Urucum Brasil é feita a pré-limpeza, o acabamento e a estocagem à vácuo. Depois, o material é remetido a uma empresa de Valinhos (SP), onde é transformado em corante e exportado para a Dinamarca.Neves disse que a empresa está satisfeita com essa parceria que dura mais de uma década. “Os produtores foram acreditando e hoje temos parcerias em vários municípios de Mato Grosso do Sul e em outros estados, como o Paraná”. A Urucum Brasil compra urucum também de agricultores de Itaquiraí, Nova Alvorada do Sul, Brasilândia, Inocência e mais recentemente de Campo Grande.Em Nova AlvoradaNo início deste mês, o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, e o diretor-presidente da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), Enelvo Felini, estiveram reunidos com o empresário Eduardo Augusto de Lima Giuliani, sócio-diretor da empresa Vale Urucum.Segundo a proposta apresentada pela Vale Urucum – empresa produtora de sementes e pasta de urucum instalada no município de Nova Alvorada do Sul – seriam transferidos para os assentamentos tecnologias de plantio, disponibilizadas sementes para os viveiros, e garantida a compra da produção de cinco hectares por assentado, em parceria com as prefeituras e o Governo do Estado. “Essa garantia seria feita a um preço mínimo que dê margem de lucro de 20%, para os que atingirem produtividade de 900 kg/ha e bixina de 5,7 pontos, levando em conta possíveis quebra de safra por questões climáticas”, explicou Giuliani.A empresa já cultiva 350 hectares de urucum na Fazenda Pantanal Leste (BR 267) em Nova Alvorada do Sul e está construindo uma indústria de processamento, com obras em fase de finalização. Segundo Eduardo, em pleno funcionamento será possível processar 600 toneladas por ano, gerando aproximadamente 50 empregos diretos e outros 200 indiretos.Ao observar que Mato Grosso do Sul é o sexto Estado na produção de urucum no País – com aproximadamente mil hectares cultivados – e a atividade tem características muito ligadas as da agricultura familiar, o secretário Jaime Verruck sinalizou positivamente quanto a parceria, tendo iniciado a discussão para ampliar a participação da Agraer, que já realiza ações voltadas ao incentivo do cultivo de urucum em diversos municípios do Estado, em especial em Nova Alvorada do Sul, com o trabalho comandado pela coordenadora Elisméia Borges, da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer).A instalação da indústria em Nova Alvorada do Sul trará, segundo Verruck, a garantia de comercialização da produção dos assentados, ampliação da produção no Estado e geração de novos postos de trabalho, já que a atividade requer intensivo uso de mão de obra para a colheita.“Considerando que a indústria já tem um plantio significativo em Nova Alvorada do Sul e deve concluir em breve as obras de uma indústria com capacidade para seiscentas toneladas por ano, acredito que Mato Grosso do Sul pode avançar na cultura do urucum e triplicar sua produção, chegando próximo dos três mil hectares, num prazo de dois anos”, afirmou Verruck.Segundo Enelvo Felini, a Agraer, que já tinha um olhar diferenciado para essa cultura, passa a partir dessa parceria, a ampliar suas atividades voltadas ao incentivo da cultura do urucum, que segundo ele vão além da assistência técnica. “O pequeno produtor que já conta com a assistência da Agência, terá agora o reforço da parceria com a indústria e o compromisso da Secretaria, que é a indutora do desenvolvimento de novas culturas no Estado, com vistas à diversificação das atividades e consequente geração de emprego e renda no campo”, completou.De acordo com o site ourocum, o Brasil produzia 1.200 Toneladas de sementes de urucum em 1987. Em 1990 já produzia 6.400 Toneladas e em 2015 a produção nacional de sementes de urucum chegou a mais de 14.000 Toneladas, tornando o Brasil o maior produtor, consumidor e exportador mundial de corantes e sementes de urucum. Em 2016 uma série de problemas climáticos diminuiu a safra brasileira em aproximadamente 12%, que foi estimada em 12.817 Toneladas (IBGE).