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Com média de R$ 3,39, preço da gasolina desagrada consumidores

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(Foto: Divulgação)
A atualização de preço nas bombas de combustível desagradou a muitos consumidores que estavam acostumados a abastecer pagando entre R$ 2,88 a R$ 3,00 pelo litro da gasolina. As atualizações começaram nessa quinta-feira (30) e na manhã desta sexta-feira (31), a média do valor cobrado é de R$ 3,39. O advogado Odil Gerordano, de 64 anos, diz que não sabia sobre a alteração e se surpreendeu ao ver o preço da gasolina. “Fui pego de surpresa. Entrei no posto e quando vi já não tinha o que fazer, tive de ficar e abastecer. A situação está difícil. O dinheiro está curto. Vou ter de remanejar o orçamento. Esse ano vai ser muito apertado. A previsão é negra”, relata o consumidor.Edson Gargioni, de 53 anos, é pecuarista e também afirma que não estava informado sobre a atualização do preço da gasolina.  “Eu não sabia do aumento, vai dar muita diferença. O desconto que deram no começo era só enganação. Isso mexe no orçamento familiar, vou ter de cortar o supérfluo”, afirma.O funcionário público, Carlos augusto, de 53 anos, diz que precisará mudar a rotina para economizar. “Não sabia que iria aumentar, vai pesar no bolso, ando no mínimo 50 quilômetros todos os dias. Gastava em torno de R$ 600,00, imagino que vou gastar uns R$ 800,00. Vou passar a almoçar no trabalho para economizar”, frisa.Paulo Marcos, de 29 anos, também lamenta a diferença no preço da gasolina. “Vai fazer muita diferença no orçamento. Nunca mais vou encher o tanque, só vou abastecer o necessário. É caro demais, igual aos ônibus que aumenta o valor da passagem e não tem melhorias”, compara.Gerente de um posto de combustível, Reinaldo dos Santos, observa que os valores estavam prejudicando os donos dos postos. “Os que estavam vendendo a um preço menor tinham a previsão de vender 800 mil litros de gasolina e só estavam vendendo 600 mil litros. Não entendo como estavam conseguindo vender por um valor tão baixo. O posto não aguenta manter o preço, tiveram prejuízo”, ressalta.O supervisor técnico do Sinpetro-MS (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazaroto, garante que não houve um novo aumento no preço dos combustíveis.Segundo Lazaroto, os valores foram atualizados conforme o reajuste anunciado em janeiro deste ano, quando o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, comunicou o retorno da Cide (Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico), tributo regulador do preço de combustíveis, zerada desde 2012 e do PIS/Cofins sobre a gasolina.“Não houve aumento. Os postos estavam com promoções devido à situação econômica do país. Como eles têm compromisso com suas bandeiras, ao invés de pagar multa, ou aumentar seu contrato com os revendedores, preferiram descartar os produtos com promoções. Estava sobrando, então, fizeram promoções, agora que normalizou colocaram o preço antigo”, justifica.O supervisor técnico do Sinpetro-MS explica que as promoções prejudicaram alguns donos de postos de combustíveis. Alguns paralisaram as atividades e outros reduziram o horário de atendimento porque não conseguiram sustentar os custos devido ao baixo preço.“Não temos isso em números, mas sabemos que alguns pararam de atender e outros diminuíram o horário de atendimento, passaram a fechar mais cedo porque não estava compensando, os custos estavam acima das possibilidades. Essas promoções prejudicaram principalmente os pequenos postos”, destaca.O supervisor técnico do Sinpetro-MS ressalta que com o preço do combustível mais caro, o etanol começou a se mostrar mais vantajoso para o consumidor e que já houve aumento de 80% nas vendas. “O consumidor sempre procura reduzir os custos observando os preços. Para quem tem motor bicombustível, basta fazer o cálculo. Se a diferença for de 70% compensa mais, a vantagem é maior”, orienta.Quanto a possíveis reduções no preço da gasolina, Lazaroto frisa que os valores variam de acordo com a análise de mercado realizado pelos donos dos postos de combustíveis e não descarta a possibilidade de novas promoções. “O revendedor observa o comportamento do mercado. Se não vender, vai buscar alguma alternativa para que possa continuar a vender”, declara.Mato Grosso do Sul conta com 560 postos de combustíveis, entre eles, 162 são em Campo Grande.Segundo o supervisor técnico do Sinpetro-MS, não há previsão até o momento não há previsão de aumento neste ano.