Os constantes furtos ocorridos nas lavouras de milho têm revoltado alguns agricultores da região de Nova Andradina, Batayporã e Taquarussu. Segundo os produtores, quase que diariamente, as roças de milho são visitadas por ladrões que furtam o produto, até mesmo em grandes quantidades.Segundo um produtor de Batayporã, que foi entrevistado pelo Nova News no último sábado (23), há algumas pessoas que chegam a ir de caminhonete furtar o produto. “Creio que tem gente subtraindo milho para vender e fazer dinheiro em cima de um produto obtido de forma ilícita”, explicou.Outro produtor ouvido pela reportagem disse que, em determinado final de semana, surpreendeu cerca de 10 veículos estacionados nas proximidades de uma lavoura de sua propriedade. “Se uma pessoa vem pedir milho para consumo próprio, a gente não vai recusar, mas da forma como os fatos ocorrem, o desperdício acaba sendo grande”, disse.O produtor explicou que, por várias vezes, encontra sacos de milho verde abandonados no meio da roça. “Certamente os ladrões abandonam o produto ao ouvir a aproximação de alguém”, revela o agricultor, ao dizer que, em alguns casos, os ladrões chegam até mesmo a cortar cercas de arame e danificar porteiras para invadir a propriedade, provocando ainda mais prejuízos.Vários agricultores ouvidos pelo Nova News revelaram que preferem não comparecer na Delegacia de Polícia para registrar ocorrência. “São tantos furtos praticados por tantas pessoas diferentes, que a gente não daria conta de registrar tantos boletins”, desabafou um deles.Segundo o delegado de polícia de Batayporã, Rafael Carvalho, este tipo de crime pode ser classificado como furto simples ou furto qualificado. Furto simples ocorre quando não há indício de violação ou arrombamento, já o furto qualificado é aquele em que há destruição ou rompimento de obstáculo, concurso de mais pessoas ou é realizado no período noturno.O furto simples gera uma pena que varia de um a quatro anos de prisão, enquanto a pena para furto qualificado pode ser de dois a oito anos. Apesar de ter conhecimento dos fatos, o delegado disse que nenhum boletim de ocorrência foi registrado até o momento. “A Polícia Civil só pode iniciar uma investigação a partir do registro da ocorrência, motivo pelo qual os produtores vítimas desse tipo de crime devem procurar a autoridade policial”, finalizou.Um dos produtores entrevistados pelo site relatou que este tipo de crime não pode ser banalizado pela população que, nas palavras dele, deve ter mais consciência. “Penso que quem invade uma propriedade para subtrair milho também tem coragem de invadir uma fazenda para furtar gado ou qualquer outra matéria prima produzida pelo homem do campo. Independente do valor de mercado do objeto, o ato de pegar algo que não lhe pertence é um costume desprezível”, alegou um agricultor. (Colaborou Germino Roz).