O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO/MS), órgão investigativo vinculado ao Ministério Público Estadual, investiga se três garagistas de Dourados e um de Ponta Porã estão envolvidos no esquema de tráfico que abastecia pontos de drogas em São Paulo e Paraná. Segundo o MP, o líder da quadrilha, Wilton Leite da Costa, era encarregado de entregar a droga nesses estados e como pagamento recebia dinheiro e veículos, colocados para venda em garagens de Dourados e Ponta Porã.Com o apoio do Departamento de Operações de Fronteiras (DOF), do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e da Polícia Militar/MS, a operação denominada “Rédea Curta”, foi realizada na manhã desta terça-feira para o cumprimento de 8 mandados de prisão preventiva (em Dourados e Itaporã), 18 mandados de busca e apreensão (16 em Dourados – 4 no Distrito de Vila Vargas e 1 no Distrito de Indápolis; 1 em Itaporã; e 1 em Ponta Porã), 6 conduções coercitivas, em Dourados, expedidas pelo Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Dourados, além de 6 notificações. Nenhum garagista foi preso, segundo o Gaeco.A operação é resultado de um ano e meio de investigações acerca da existência de organização criminosa atuante na região, voltada à prática de crimes de tráfico de drogas, que eram transportadas de Ponta Porã para o interior dos Estados de São Paulo e do Paraná.As provas colhidas demonstram a existência de organização criminosa liderada por Wilton Leite da Costa, conhecido como “Vila Vargas”, que tinha Gustavo Belmont da Silveira como um de seus homens de confiança, responsável pela logística do transporte de cocaína e recrutamento de pessoas.A cocaína era transportada em compartimentos ocultos, previamente preparados nos painéis de veículos, que eram conduzidos por motoristas e seguiam escoltados por batedores, a serviço da organização criminosa.O líder, Wilton Leite da Costa, que também utiliza identidades e CPFs falsos em nome de Wilton Leite e Costa, Wilton Andrade Leite, Wilton Leite Silva e Wilton Leite da Silva, comprava e vendia as drogas, pessoalmente, acertando com os compradores dos Estados de São Paulo e do Paraná, dos quais recebia pagamentos em espécie, em veículos e também em valores depositados em contas bancárias de terceiros. Para a comercialização dos veículos contava com o auxílio de garagens de Dourados e de Ponta Porã.Ademais, para a lavagem do dinheiro proveniente do tráfico de drogas, sua única fonte de renda, Wilton Leite da Costa possuía diversas empresas, todas em nomes de laranjas, os quais também forneciam suas contas bancárias para o fluxo de dinheiro do tráfico de drogas.Paralelamente, apurou-se a existência de associação criminosa para o tráfico de drogas constituída, dentre outros, por Rogério Esterque da Silva e Willian Cristaldo Boeira, o qual foi preso em flagrante conduzindo veículo com cocaína escondida em local propositadamente preparado sob o banco traseiro.Durante as investigações foram acompanhadas as prisões em flagrante de 21 pessoas por tráfico de drogas, com a apreensão de 243,2 kg de cocaína, 1.365,9 kg de maconha, 4.112 kg de crack e 1.015 kg de haxixe, de onde se pode inferir que a organização criminosa comandada por Wilton Leite da Costa comercializava, mensalmente, cerca de 20 kg de cocaína pura, o que alcançaria a cifra anual de mais de R$ 14 milhões de reais.Participam da operação 4 Promotores de Justiça e 73 Policiais Militares.
MP investiga se garagistas estão envolvidos em esquema de tráfico
Redação, Dourados Agora
04/08/2015 às 03:00 •